Sunday, September 15, 2013

O primeiro show de Heavy Metal

Há alguns dias:
- Mãe, a minha banda favorita vem pra phoenix. Vem comigo?
Como não é todo dia que seu filho adolescent quer ficar com você, a unica resposta aceitável é:
- Claro.
Compramos os tickets para um show que segundo a lia, seria em outubro (sqn).
Quando abro o envelope da Fedex, vejo horrorizada que o show seria dentro de três dias, e ia começar a uma da tarde.
Me descabelo um pouco, ligo pra Juliana, minha assessora para assuntos desesperadores e afins, ela ri, eu continuo numa sinuca de bico, até lembrar que o meu santo, fofo, lindo cunhado estava a caminho de Phoenix, e poderia me ajudar com a logistica, já que um show a uma da tarde, numa sexta feira, além de tirar uma criança da escola, me impediria de buscar a outra no fim da aula.
Depois de ameaçar matar a Lia por mal planejamento, consigo encaixar todos os pedaços do quebra cabeças e relaxo,
Vamos ao show da tal bandinha dela.

O dia chega. Saimos de casa as 11:30 para não atrasar.
Deixo o Fabio de sobreaviso. Devemos voltar prá casa as 3:30 maximo 4 da tarde - e vamos precisar de uma carona.
Assim que chegamos ao lugar do show, tive vontade de me agarrar ao banco do carro e não descer. A audiencia era punk. Literalmente.


Rapidamente faço uma nota mental: checar na internet a proxima bandinha que a filha quiser ir assistir.
Ficamos lá, sentadinhas no chão, esperando o portão abrir, quando eu vi uma outra mãe com a sua cria.
- Oi! você vai ficar?
- Não, só vim trazer a minha filha e o namorado.
Nota mental - arrumar namorado para a filha, para ela vir acompanhada DELE, da proxima vez.
- E que horas você vem busca-la?
- 10 ou 11 - ela vai me ligar.
Quase desmaio e tento me convencer que a mulher só poed estar louca. Como assim?
Os punks aumentam, as filas crescem e eu percebo que o negócioe stá ficando sério. E eu vestidinha de cor de rosa, com a minha roupinha da Desigual - linda de morrer, super paz e amor.
Entramos. Confirmo. A "bandinha" da Lia vai tocar as 9:25.
O sol está causticante. Phoenix é uma imensa fornalha.
Li corre comprar a camiseta do Avenged Sevenfold - a bandinha que viemos assistir. as filas estão kilométricas, quem não está com a camisera, corre compra-la. Os outros "grupinhos" são: HIM, Volbeat, All That Remains, Hailstorm. Nunca ouvi falar de nenhum deles, mas eles estão começando a me lembrar os Iron Maiden e Venom da minha época ( nunca fui a um show, nunca tive um LP, mas eu tinha a jaqueta - e parecia da gang).


Respira fundo. Conta até 10. Mais 10. Ah, foda-se...quem  está na chuva...
Começo a prestar atenção nas pessoas. Todo mundo com cara de mau e atitude de corte inglesa. Por favor, obrigada, com licença chovem nas filas, e nos lugares publicos.
Todo mundo é cortês e sorridente - até as cameras sairem dos bolsos e todo mundo fazer cara de mau.
O calor está infernal, mas o clima é de camaradagem e euforia. Todo mundo rindo, brincando, se divertindo.
Começam os shows paralelos.
Em palcos armados aqui e acolá, bandas locais ( dessa vez bandinhas mesmo), se apresentam para grupos pequenos.
Me arrependi de não ter tirado fotos, nem ter prestado atenção aos nomes. Gostei dos dois shows que eu vi, e pela primeira vez na vida, me vi "trapped" num mosh ( aquela roda de gente se estapeando).
Primeiro olhei pra ver onde a Lia estava, pra ver se eu precisava ir lá sava-la, ai percebi que ela estava bem, mas eu estava no meio da pancadaria.
Só levei um tapão antes de conseguir escapar completamente dos fulanos batedores. Eles batem com a mãoe m concha, pra fazer bastante barulho e doer relativamente pouco. Levei meu tapa, mas como fui pega de surpresa, não revidei.
Me arrependi muito, por que eu tinha 2 litros de agua na minha bolsa e eu poderia ter dado uma bolsada na cabeça do cara e ter "ganho"o mosh.
Fiquei ali olhando, provavelmente com cara de besta.
Eles se estapeiam, a coisa parece uma briga mesmo, e depois eles se abraçam se dão tapinhas amigáveis nas costas e voltam a fazer a roda da pancadaria. Tudo no maior amor.
Uns outros roqueiros de camiseta de caveira, viram que tinha um grupo de meninas meio perto dos "batedores"e fizeram uma barreira para protege-las. Entre elas, a minha filhinha, pulando e gritando ao som de uma banda desconhecida.
Lia parecia estar em seu habitat natural. Rindo, pulando e dançando. Feliz!
E eu ali, agora mais atenta, com a minha bolsa cheia de garrafas dágua, preparada para o próximo mosh!
As 4:30 abriram os portões da arquibancada onde os shows oficiais iam acontecer.
Quase desmaiei de alegria quando vi as cadeiras, enfileiradas embaixo de uma cobertura imensa.
Finalmente nós iriamos nos sentar. Numa sombra. E eu ia parar de derreter.
Até que chegamos ás nossas cadeiras e eu percebi que não só elas estavam no sol, mas também elas iam continuar ensolaradas até o ultimo raio desaparecer. estavamos do lado errado da audiência.
Compramos uma garrafa dágua gelada (que custou literalmente o preço de 20 garrafas no supermercado) e ficamos ali esperando o show começar.
Confesso que além do mal estar que o calor estava me dando, eu estava com medo do que o show ia trazer.
No meio de muitos "fucking great" "fucking amazing" "fucking awesome' "fucking beautiful" ,a  primeira banda se apresentou.
E a segunda.
Mais uma 1 ( e eu dormi).
Na quarta banda eu já estava descansada.
E aí veio a atração da noite, Avenged Sevenfold e eu entendi por que eu paguei esse mico todo.
Por que eu passei calor, fome, sede e medo.
A Lia pulou, cantou, gritou até ficar rouca.
E ver aquela alegria toda no rostinho da minha filha, fez valer cada minuto desse dia exaustivo!

11 comments:

  1. Nota mental: Lembrar Inaie no próximo show de levar um chapelão mexicano para se proteger do sol!

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  2. Oi dona Kibon, eu me diverti com a sua história.
    Uma pena que não conheço essas bandinhas... Sinto que tbm estou ficando velha porque nunca ouvi falar delas!
    Por falar nisso, faz tempo que não vou a um show de rock. Depois de um, costumo demorar 3 dias para me recuperar. To fora!
    Beijos

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  3. Delícia isso Inaie, vais ter muitas histórias para contar para os netinhos kkkkkkkk

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  4. Curiosa pra conhecer essa bandinha...

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  5. 1. Procurei no youtube: a banda parece ser muito boa (pelo menos foi o que me mostrou a única música que ouvi)!

    2. Não consigo nem imaginar minha mãe no seu lugar. Ela taparia os ouvidos no primeiro acorde das guitarras e teria um ataque do coração assim que começasse a sessão de estapeamento coletivo. E com certeza me levaria pra casa à força, nem que isso custasse o restante da minha adolescência de mal...

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    1. 2. (alternativo) Ou pior: talvez ela adorasse o show, cantasse e dançasse mais que eu, e se tornasse muito mais popular e querida entre os meus amigos... kkkkk

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  6. Nossa tem muito tempo q eu nao participo de um mosh... caramba! deve ter uns 10 anos! :)

    No meu primeiro show foi com uns 15 anos ai foi eu, meu irmao com 14 anos e o caçula de 12 anos só que a censura nao deixou eles entrarem meu pai vendeu os ingressos foi embora prometendo voltar e eu fiquei lá sozinho. Não foi tão divertido como ir acompanhado mas foi muito legal. O show era dos Raimundos! :)

    E na saida de madrugada ele e minha mae me esperando para voltar eu rouco de tanto cantar heheheh :P

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  7. Mãe é mãe né? Pode ter certeza de que isso vai ficar no coraçãozinho dela prá sempre. Ficaria no meu.
    Bj

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  8. hahahahaha eu fiquei imaginando sua cara ao levar um tapão!!! hahahahahahahahah
    Você foi uma mãe muitoooo gente boa!!! A minha NUNCA ia se meter numa dessas comigo... N-U-N-C-A

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  9. Ok, vc não vai acreditar... mas meu primeiro show foi o KISS, e tinha entre 12 e 13 anos. Meu pai me levou. Muito respeito por ele hoje, kkkkkkkkkkkkkkkk.
    (nunca fiquei no meio de um mosh)

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  10. E eu já ia esquecendo: ÓSSONNN!!!!
    huahauahuahauahauahaua

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