Thursday, February 28, 2013

O primeiro rocambole

Eu sei fazer rocambole salgado!

Pelo menos sabia... tem muito tempo que não faço.

A primeira vez que comi um desses eu ainda morava em Campinas. Um arquiteto que trabalhava comigo que fez e levou para o trabalho... (ai que fome...).

Como eu gostei muito, peguei a receita para fazer em casa. E foi fácil. E ficou bom. E acabou logo.

Fim.

Ahaaa! Peguei vocês! A história não parou por ai. Porque as vezes eu tenho um surto de cozinheira, eu cismo com algumas comidas e fico fazendo e fazendo e fazendo até enjoar do negócio. E o tal rocambole salgado tava em alta na minha cozinha.

Um belo dia, a noite, resolvi repetir a receita.

Fiz a massa, assei, desenformei e deixei enroladinha na pia, esfriando para poder rechear depois. Lembrei que eu tinha que ir na casa da vizinha fazer não sei o que, e já que eu estava ali de bobeira, só esperando a massinha esfriar, achei que era o momento certo para ir até lá.

Só não sabia que, durante a minha ausência, a tal massinha iria sumir.

Visita à vizinha feita, hora de voltar pra casa pra acabar o rocambole (ai que fome...). Entro em casa, troco de roupa, entro na cozinha, recolho o pano de prato que estava caído no chão e ... Opa! Cadê a massa do rocambole que tava enrolada nesse pano???

Pensei que estava ficando louca. Será que eu tinha deixado em outro lugar? Olhei no forno, na geladeira, na bancada... nada de massa.

Alguém entrou aqui em casa e comeu! Num tem outra explicação! Ou entrou uma super barata pela janela e comeu! Ou eu não fiz a massa e achei que fiz! AI-MEO-DEUS-DO-CÉOOO o que aconteceu???

Foi então que eu percebi uma coisa diferente... Quando eu cheguei em casa a minha Tchuca (apresento-lhes abaixo) não veio pular na porta.... é, porque mesmo que eu saísse só por dois minutos, quando eu voltava ela fazia um escândalo e pulava que nem um macaco quando eu abria a porta.


Parece um anjo, né?

Mas isso não aconteceu. Ela estava deitada no sofá e me ignorou completamente. Achei estranho e fui até ela, a bichinha só fazia mexer o olho. Quando passei a mão na barriga dela, estava dura! Era meu rocambole que estava ali dentro. Mastigado e apertado. Eu tive vontade de assar ela no forno e rechear... mas me contive.

No dia seguinte, ainda indignada com o acontecido, resolvi que ia descobrir de qualquer jeito como é que ela tinha feito aquela proeza.

Agora você deve estar ai pensando "Mas que menina estúpida!!! A coisa mais normal que tem é um cachorro pular e pegar as coisas da cozinha". E eu respondo "Sim!!! Desde que seu cachorro não tenha 30 cm de altura!!!".

Porque a pia tinha uns 90 cm de altura, sem contar o portãozinho que separava aquela infeliz da cozinha.


Pra que usar portão se seu cachorro é um macaco?
  
Catei um pedaço de bife e coloquei em cima da pia. Deixei o lugar exatamente como tinha deixado na noite passada (a noite do roubo) e fiquei olhando a infeliz (agora mais leve depois de passar o dia cagando meu rocambole).

Ela olhou o portãozinho, se preparou e pulou. Se agarrou com as patinhas da frente na parte de cima do portão e se jogou pra frente (EU VI!!!). Foi até a cozinha, olhou o fogão, se preparou e pulou. Ela se agarrou com as patas da frente nas grelhas do fogão e conseguiu puxar o resto do corpo para cima. Dali ela já podia caminhar tranquilamente até a pia e roubar a minha comida.

Lógico que eu deixei ela comer o bife. Ela mereceu! E não foi castigada por comer o rocambole também. E esse ela mereceu mais ainda, porque depois de tudo isso ela ainda conseguiu voltar pra sala com a barriga lotada!!!

Essa cachorrinha é o orgulho da mamãe!!!


E esse foi o primeiro (e último) rocambole que a dona Tchuca me roubou. Claro que houve outros roubos, mas rocambole nunca mais!

Wednesday, February 27, 2013

O strip da miss Bellum

A miss Bellum tem essa cara de popozuda, daquelas que dança funk proibidão ate o chão, mas na verdade ela eh super nerd... Duvidam?

Pois vou contar uma historia que ela contou a mim e a Sherazade nos bastidores daqui do Gaiola. Ela vai espernear, dizer que eh tudo mentira e intriga da oposição, mas podem acreditar, eh VERDADE!

Miss Bellum queria fazer uma surpresa pro Prefeito, o namorido dela (porque segundo ela quem mora junto não eh casado, casado só no papel), tirar a relação da monotonia... Experimentar, tentar novos horizontes.. Que que ela fez? Um curso de strip tease.

Pra não ir sozinha a pessoa organizou um grupo de amigues para o tal do curso. Nos, aqui do Gaiola, pulamos fora dessa coisa de fazer curso... Ela bem que tentou nos convencer... Mas cada uma de nos tinha um compromisso inadiável. Eu mesma tinha que regar os tomates, tirar o feijão do fogo e organizar meus documentos por ordem logaritmo. Tudo bem que eu não tenho pés de tomate, não como (nem cozinho) feijão e nunca organizo nada... Mas opa, a historia não eh sobre mim...

Miss Bellum arrumou umas pessoas sem senso de ridículo amigues e foi la fazer o curso com uma professora super famosa, que cobrava os olhos da cara e mais um rim, pra aprender a requebrar pros homi ficar de quatro por você... Ou você ficar de quatro pros homi... abafa... 

Ela jurava que ia terminar o curso fazendo isso aqui:

Essa ai sou eu, ta gente?
Mas dai, depois de 30 mil horas de aulas constrangedoras instrutivas chegou a vez de colocar tudo em pratica.

Primeiro veio toda a preparação... Que roupa usar? Calcinha comestível sabor morango? Lingerie bafonica da Victoria Secret com as asinhas e tudo mais?

Essa também sou eu, mas abafa!
Nao! Ela teve uma ideia muuuito melhor... Pra que usar uma calcinha atochada no kooh pequena e desconfortável se ela podia usar algo melhor e que daria mais movimentos? Mais liberdade? Sem pensar duas vezes ela ligou pra vovó Eulália e pediu aquela ceroula lynda, bege, tamanho "super size Big Mac". Seria um strip-pole-dance vintage! Toda trabalhada nos anos 30. 

Chegou o grande dia... Miss Bellum posicionou o Prefeito sentadinho na cama e disse que tinha uma surpresa. Vestiu sua vestimenta apropriadíssima e, para não ter erro, escreveu toda a sequencia do strip num papel, devidamente posicionado ao lado da barra do pole dance.

Ahhh... Esse papelzinho eh um exemplo de como Miss bellum pode ser organizada e sexy o mesmo tempo... Realizem um papel escrito coisas como: 

1 - tire o sutia, 
2 - olhe com cara de desejo



3 - passe a lingua nos labios
4 - jogue o cabelao igual a Joelma do Calypso 
5 -... (insira aqui alguma coisa sexy)

A reacao do Prefeito? Ahhh... isso eu vou deixar pra Miss Bellum contar...

Diz a lenda que a coisa toda foi mais ou menos assim: 


So que vintage.

Monday, February 25, 2013

Airport en lunes

Electra passou os últimos dias gastando seu espanhol. Até que não está enferrujado de todo. Cheia de primeiras experiências para contar... mas não agora. Lo siento muchíssimo.
Agora, escreve - pela primeirissíma vez - seu post de lunes no aeroporto sudamericano. Já ouviram aquela lenda de que se pode reconhecer uma criança brasileira de longe? São sempre as mais irriquietas, bagunceiras, escandalooooooooooosas? Pois bem, hoje conheci algumas que colocam em risco o título das nossas amadas pestes nacionais. 
Electra está com vontade de brincar de super nanny com los niños da mesa ao lado! 
Prosseguindo no enrolation... já que está na hora de passar pela imigração e ir babar no free shop. Coisa mais sem graça passar por um duty free sem money no bolso. 
O frapê de fresa do Starbucks Coffe acabou, a conexão de grátis oferecida pela casa também... Fica aqui o protesto por wi fi free no airport de Lima! Coisa mais sem graça, ficar horas mofando aqui sem internet. Ao menos que vc compre algo no SC, daí eles te dão uma senha. Último frapppuccino de grife... mais barato que milkshake do Bob's. Cabe mais um protesto?!? Protesto, meritíssimo!
Dando um rolé (entreguei a idade, kkkkkk) pelo noticieiro descobri que a Yoani - bloguete cubana - pensava que o Brasil era uma democracia. Tadinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... Pelo menos acabamos com essa dúvida. Falando nisso, alguém da terra brasilis, POR FAVOR, me diga que a ABI, a OAB e mais 1324217984370 entidades políticas, partidárias, sindicais, democráticas se manifestaram contra os achaques e ameaças sofridas pela menina. Claro que estão todos ao lado dela. Não é? Não me matem de vergonha nem de desgosto. Electra tem ilusões... não acabem com todas elas de uma tacada só. Não me digam que nossa democracia é paraguaia. 
Então é isso. 
Post enrolation porque Electra está acabada de tão cansada. Muerta!!!
Voltaremos à programação normal na próxima semana.
Se lo juro. La garantia soy yo!
Besitos.



Sunday, February 24, 2013

A primeira strip tease a gente nunca esquece...


Se você é uma pessoa religiosa, defensora da moral e dos bons costumes, se você é puritana ou é meu pai, não leia esse post. Ele definitivamente não é para você!
 Por favor, saia dessa pagina  imediatamente! Há coisas muito melhores para você ler nesse blog!
Pausa para a sala esvaziar...
Eu morava na Nova Zelandia, e minha mãe estava me visitando, quando uma amiga me ligou:
- Vamos sair? Só nós, mulheres.
- Desculpa. Hoje é sexta e aos fins de semana eu só saio com o marido a tira colo. Durante a semana tudo bem sair "cazamiga", mas fim de semana não.
- É que eu to indo num strip tease masculino.
- O QUEEEE??? 
- Strip tease masculino
- To pronta. onde é pra eu me encontrar com você?
Combinamos dela me pegar em casa. Corri no quarto da minha mãe onde rolou a próxima conversa maluca:
- Mãe, se arruma, nós vamos pra igreja.
- Não vou!
- Vai sim. Tá na minha casa, vai onde eu quiser ( fofa eu, né?)
Depois de muito xilique ela finalmente se resignou, se vestiu e entrou no carro emburrada. Minha mãe é atéia.E tava puta comigo.
Avisei o Fabio que eu estava indo pro show boys ( ele achou engraçado) e lá fomos nós.

Nunca ri tanto na minha vida. Ri da cara de surpresa e vergonha da minha mãe! Ri dos caras vestidos de policiais, escoceses, bombeiros... Ri de tudo um pouco. Ri das mulheres que estavam levando aquilo tudo a sério. Ri da salinha onde os caras ofereciam danças privadas, e de onde as mulheres saiam descabeladas e com a saia torta. Ri até perder o folego.Ri ainda mais quando um dos stripers veio chamar a minha mãe pra salinha. Não gente, ela não foi. Mas que foi engraçadissimo ver o desespero dela, isso foi!

Saturday, February 23, 2013

O primeiro acidente - blogueiro convidado Allan Robert

Lá venho eu com tietagem outra vez, mas o negócio é que o Allan do Carta da Itália é um cara que cativa quem está a sua volta.
Eu já me matei de rir de algumas tiradas do Allan, já participei de sonhos malucos onde ele teletransporta o irmão para a sua sala ( ou seria o contrário?), já aprendi sobre vinhos e guloseimas italianas. 
O Allan já tirou lágrimas dos meus olhos quando falou da esposa, das filhas e de coisas do seu dia a dia.
Apesar de todo mundo saber que politica e religião não se discute, esse blogueiro danado, não deixa de falar das coisas que ele acha importantes, mesmo que elas estejam no "grande livro de assuntos proibidos".
Aqui em casa, o Allan é unanimidade. Até a minha mãe é leitora assidua e fã de carteirinha!
Com vocês, meu amigo Allan, que escreve cartas lá da Itália e emociona meio mundo.

PS - Não vão virar leitores assiduos do cara só pela foto de galã que ele escolheu colocar nesse post, hem! Ouvi de fontes confiáveis que a esposa dele é braba!!!


A primeira vez que sofri um acidente doeu pra caramba. Foi numa curva da estrada entre Salvador e São Paulo, na volta do Carnaval de 1986. Tínhamos parado em Eunápolis para consertar o cubo da roda traseira da moto e o borracheiro garantiu que sabia trocar pneu de moto. Mentiu. Montar pneu de moto é mais complicado que de carro. Um pedacinho da câmara ficou beliscada entre o pneu e o aro e, lá na frente, já longe do borracheiro incompetente, o pneu estourou bem no meio da curva a 120 por hora. Lixamos o asfalto. Não me machuquei, mas meu irmão teve que voltar pra casa de ônibus, quando conseguimos consertar o garfo torto da moto e os pedaços de pele de perna e braço que meu irmão deixou no acostamento da estrada.

Voltei pra casa pilotando a moto sem poder olhar para o guidom: roda prum lado, guidom pro outro. Se olhasse, caía. Não olhei por doze horas. E cheguei meia hora depois do meu irmão, que tinha partido oito horas antes de mim.

Mas as férias em Salvador marcaram também o meu primeiro Carnaval na Bahia. Eu, que só conhecia o Carnaval carioca, me apaixonei pela cidade e pela folia. Avisei a namorada da época – que tinha ficado no Embu durante as minhas férias – que iria mudar para Salvador no ano seguinte. E mais: que ela iria comigo.

No ano seguinte foi a vez do meu primeiro casamento. Mudamos para Salvador e cinco anos depois nasceu a nossa primeira filha. Também em Salvador, nasceu a nossa segunda filha. E foi alí que sofri o segundo acidente, desta vez de carro. Doeu muito mais que no primeiro acidente e foi a primeira vez que fiquei na cama por três meses. A primeira Micareta, o primeiro São João de verdade, o primeiro porre de cachaça com cambuí, o primeiro caranguejo.

Ela não foi a primeira namorada, mas o primeiro casamento dura há 26 anos; a primeira filha faz química, a segunda, o liceu artístico; a primeira neve faz doer o tornozelo que quase perdi no acidente de carro; o primeiro Carnaval longe de casa dói todos os anos. A primeira vontade que me deu agora foi comprar outra moto.

Friday, February 22, 2013

Saindo pra dançar!

Sou apaixonada por danças. Que eu me lembre agora, a única que não dá pra encarar é o funk, mas prefiro não explanar meus preconceituosos motivos a respeito do assunto.

E eu sempre quis dançar. Desde pequena, meu sonho era entrar no grupo de dança da igreja, porque eu achava o máximo todo mundo dançando igualzinho, lindamente. Quando eu fiz 15 anos eu realizei esse sonho, sendo que uma das frases mais recorrentes nos ensaios era: "Srta. Forte, que diabos está fazendo?!"

Sim, queridos, tanta paixão foi inútil, pois aparentemente não adquiri o dom de remexer as cadeiras de uma forma harmoniosa.

Mas eu não desisti. Fiquei quase um ano no grupo e saí dele porque descobri uma coisa: eu não era a única que não sabia dançar ali. Aquilo ali era um desastre de escala mundial: 30 pernas de pau se sacolejando publicamente pelo menos um domingo por mês, espantando as pessoas da igreja! 


Larguei mão de dançar em público, me contentando com a solidão do meu quarto. Eu nem queria mesmo...

Fora da igreja, também nunca tive grandes oportunidades de dançar. Talvez por comportar uma população de baixa renda, aqui nesta cidade as pessoas sempre gostaram de dançar coisas de muito bom gosto: na década de 90: "é o tchan"; no começo dos anos 2000: bonde do tigrão; de 2000 e alguma coisa pra cá: funk proibidão (me fazendo descobrir que na verdade o bonde do tigrão era um grupo infantil que cantava canções de ninar).

Dessa forma, segui por longos anos sem dançar em público. Até o dia em que começaram a anunciar uma "festa gospel" (argh!) que ia acontecer na cidade. Eu não tinha pretensão de ir, mas minha irmã ia e me convidou. Eu não tava fazendo nada mesmo, fui. Até fiquei empolgada, era a primeira vez que ia sair pra dançar!

Chegando lá, todo mundo dançando. Nada de proibidão. Resolvi arriscar uns passos. Pouco depois, não tinha quase ninguém dançando mais, e percebi que o irmão de um ex-colega da escola estava me observando. "Estou abafando" - pensei - "Danço bem demais!"

Expectativa

Alguns minutos depois, o rapaz se aproxima: 
- Oi, lembra de mim?
- Lembro, a gente estudava na mesma escola!
- Então, posso de falar um coisa?
- Claro, fique a vontade para elogiar minhas aptidões de dançarina, sei que sou incrível, já tenho propostas de alguns grupos internacionais de balé
- É melhor você parar de dançar, porque tem um pessoal rindo de você ali atrás, tá muito esquisito...

Realidade
Não admiti, óbvio. Brinquei que ele estava era implicando comigo, contei a história da centopéia e da tartaruga (não conhece? clica aqui!), essas coisas que a gente diz quando está com vergonha de admitir que é desajeitado... Continuei dançando até o fim da festa. 

No fundo eu sabia e sei que há vários bonecos de Olinda por aí que se classificariam em melhor que eu em um concurso de dança.
Mas não ligo!

Thursday, February 21, 2013

A primeira vez do 207

Eu sempre tive carro velho.

Por escolha? Porque eu sou uma pessoa que gosta de antiguidades? NÃOOO mesmo! Porque eu num tinha dinheiro pra comprar um novo.

Mas no geral, eles sempre me serviram. Tá certo que eles escolhiam os piores momentos pra me deixar na mão... mas enfim... o que seria da vida sem as aventuras né?

Dai o tempo passou, meu salário aumentou, eu arrumei o Sr. Prefeito, que não era quebrado, e enfim comprei meu primeiro carro zero! Um Peugeot 207.

Com essa cara de mal que só ele tem, todo cinza chumbo, brilhoso, silencioso, com cheirinho de novo e a promessa de que eu não passaria aperto com carro quebrado por pelo menos uns cinco anos.

E como eu já não sou tão novinha quanto meu 207, semana passada tava fazendo exames do coração pra ver se tava batendo direito, tendo em vista que eu andava sentindo certa arritmia.

Passei 24 horas com um tal de holter grudado em mim, gravando todas as batidas do meu coração. É, não tomei banho porque tava cheia de fios. Mas a intenção era tomar assim que tirasse o aparelho... não fosse a pequena surpresa que o pequeno 207 me causou.

Era sábado às 8 da madrugada. Eu fui até o laboratório pra tirar o aparelhinho e quando voltei pro carro... nhém nhém nhém nhém nhém... e nada do infeliz pegar.

Juro que revivi aquela sensação de "to fudida" que eu tinha quando algum dos meus carros velhos quebravam. Se eu ainda estivesse com o holter ele ia gravar um intervalo de tempo de mais ou menos uns 10 segundos sem receber as batidas do meu coração.

Sorte que eu tava com o Sr. Prefeito e resolvi dar uma de mulherzinha que não sabe lidar com carro e deixei ele resolver o perrengue. É, porque o sol tava fritando meus miolos a uma temperatura de 349ºC e eu não queria me estressar mais ainda.

Seguro avisado, guincho a caminho. Levou 20 minutos. INCRÍVEL! Lá em SP eu esperava por pelo menos uma hora (quando eu tinha seguro.. porque quando eu não tinha dai era pior, tinha que achar alguém disposto a me resgatar e dai era foda... enfim... passado).

Chegamos na concessionária da Peugeot. Eu, do alto da minha insanidade mental, fui perguntar pro vendedor quanto tava um novo e quanto ele daria no meu, que também era novo (vai fazer dois anos em março). Sr. Prefeito tinha falado que não era uma boa ideia... mas eu insisti.

O cara foi, olhou, falou que ia ter que trocar os pneus, ligou pra alguém e veio falar comigo.

- Olha, um novo desse a gente vende por uns 31 mil...
- Como 31 mil se o outro carinha ali me falou que tava 34.690???
- Ah, mas a gente vende até por 31.
(Se ainda estivesse com o holter ele ia começar a registrar uma taquicardia)
- Engraçado... eu paguei 36 mil no meu e já tem quase dois anos...
- Ah, é o IPI, tá reduzido... dai abaixa os preços... inclusive dos usados...
- Sei... quando é que isso acaba ein?
- Acho que vai até junho ou julho mais ou menos...
- Tá. E quanto dá no meu carro?
- Então, ele tá bom, mas vou ter que trocar dois pneus... vai ter a revisão que eu vou ter que fazer...
- Já tá licenciado pra 2013, ein!
- Tá licenciado né?
- Tá.
- Então... no seu eu consigo 20 mil...
- QUE??????? EU PAGUEI 36 MIL!!! COMO ASSIM CE DÁ 20????
- É que tem o IPI reduzido.. e a concessionária ainda tem que ganhar um pouco em cima....
(Nessa hora o holter teria explodido)
- Esquece moço! Deixa pra lá! Vou morrer com esse carro ai mesmo.
- Tá certo, se a senhora precisar estou a disposição.

Tá a disposição pra me roubar né? Só se for.

Bom, parei de surtar e fui falar com o Sr. Prefeito pra ver o que tava acontecendo com o carro.

Era a bateria. E queriam cobrar 400 reais por uma nova. Como assim 400 reais??? Num é bateria pra caminhão. É pra carro! Dai o mocinho da oficina viu minha indignação e resolveu falar que na mesma rua, um pouco abaixo, tinha uma loja de baterias e que ali provavelmente seria mais barato.

Resolvemos sair de lá para ir até a tal loja. Mas antes disso precisamos pagar 55 reais de "avaliação". É claro! Porque os três minutos que o cara da oficina levou pra saber que era a bateria que tava ruim tinham que ser pagos por alguém, né?! No caso a gente (na verdade o Sr. Prefeito, porque foi ele quem pagou).

Sai furiosa da concessionária. Se eu soubesse que identificar uma bateria ruim custava tão caro eu tinha ido trabalhar numa oficina ao invés de fazer engenharia. Porque meus três minutos ainda num tão valendo tanto.

Saímos de lá e compramos a bateria por 260 reais. E o cara ainda vem onde seu carro estiver.

PEUGEOT, vai tomar no khoo!!! Nunca mais levo meu carro ai!!!

E essa foi a primeira vez do meu 207 novo em cima de um guincho... Fazer o que né?



Wednesday, February 20, 2013

Meu primeiro livro

Sabe, ser cientista super herói eh uma paixão pra mim, quando eu ainda esta na escola preparatória do Professor X nunca tive duvidas de que fazer ciência salvar o mundo era o que eu devia fazer na vida. 

Professor X
Contudo eu sempre tive essa vontade imensa de escrever. Na verdade eu sempre escrevi... Quando não era em blog, era em fanzines que eu distribuía pelo correio para os loucos que se interessassem pelas minhas coisas. Como eu também era marginalizada pelas outras crianças/adolescentes e não tinha nenhuma paciência para TV, passava horas do meu dia desenhando e escrevendo.

E foi numa tarde, depois da aula, que eu peguei um caderno de 10 matérias (quem aqui já teve um levanta a mão!) cuja capa tinha um unicórnio alado (claro... hehe) e comecei a contar uma historia... Era para ser um conto, mas dai como diz o ditado, quem conta um conto, aumenta um ponto... E eu fui aumentando o meu conto ate que um dia terminei o caderno, sem terminar a historia. 

Era uma historia muito bobinha, eu devo confessar... Eu tinha 14 anos e ainda não tinha lido nada do Machado de Assis (minha grande paixão), contudo ja tinha devorado muitos livros da Agatha Christie... Meu primeiro livro falava de índios nos EUA... De três gerações, na verdade... Uma que antecede a chegada do homem branco, outra que vê seu mundo mudar quando os primeiros barcos ingleses aparecem e a terceira e ultima que tenta sobreviver a tanta mudança. 

No meio da trama muita historia de amor... Amor romântico, extremo romântico, ou brega mesmo... haha... Se eu tivesse tido visão de mercado talvez hoje todo mundo falasse mal da minha historia como se fala mal da saga Crepúsculo... Com a diferença de que hoje, ao menos, eu estaria rica.   

So uma pessoa leu o meu primeiro livro... A minha avo... Ela era professora e então eu pedi pra ela ler o livro, pra poder corrigir os erros de português. Ela leu tudinho, disse que adorou, que era tudo muito bem contado, que a historia prendia e era interessante... Eu acreditei, certamente... Avo nunca mente! Lembro-me de ouvi-la falando com a minha mãe, as escondidas, que o livro era bom mesmo... hahaha... ai que saudades da minha vovó... 

Eu não sei onde aquele caderno foi parar... Gostaria de poder lê-lo de novo - e morrer de vergonha, claro... porque deve ser o mesmo do que achar um "flogao" antigo, com fotos tiradas em frente ao espelho.       

Quando eu for mais velhinha, tiver vencido o mal e puder me aposentar já tenho um plano... Vou escrever todos os livros que estão guardadinhos na minha cachola. E quem sabe, eu não faca uma nova versão da historia da família do Índio "Cawaty" (pois eh, não julguem)?

E ai? Alguém mais já escreveu um livro?  

Monday, February 18, 2013

Electra DRAG bee queen.

Sim, aconteceu. Faz muitoooooooooooo tempo, mas aconteceu. 
Verdade verdadeiramente verídica! Faz alguns anos, estava Electra visitando uma certa capital famosa - Sinatra canta, fica a dica - quando num intevalo de trabalho saiu correndo atrás de um creme para o cabelo. Não adianta perguntar qual creme, a memória é boa mas não chega a esse detalhe. O caso era que ela estava toda cheia de recomendações, vá na loja X, compre o creme Y, que só só tem lá... que custa a metade do preço no Brasil, etc. Sabe como é, até Electra tem seus dias de pura Afrodite e quer ficar atraente.  Vaidades femininas, nada demais.
Chegando lá... foi gastando todo seu parco inglês. Achou fácil o creme... mas se entusiasmou e acabou comprando mais do que o esperado. Em minutos juntou cremes, shampoos, escovas, vitaminas, óleos e um monte de quinquilharias. Viva o capitalismo selvagem! Toda sorridente se dirigiu à caixa munida do seu mega power cartão blaster internacional ouro platinado siliconado e virgem. Era a primeiríssima compra feita com aquele pedacinho de plástico miraculoso. Crédito, crédito, crédito! Um perigo em certas mãos.
A atendente, meio que começou a dar sinais de que havia algo erradoooooo. Olha para o cartão, para as compras, para Electra.  Electra começou a se sentir estranha. Qual o problema? Quando a moça chamou uma colega para fazer uma nova conferencia... cartão-compras-Electra-compras-cartão... a coisa ficou feia. Electra resolveu perguntar qual era o problema, se queriam ver seus documentos e coisas do tipo. As duas se entreolharam e disseram que não era necessário, que estava tudo certo. Pedindo desculpas finalmente encerraram a transação comercial, entregaram as compras e devolveram o cartão.
Entre satisfeita com a compra e chatiada com a reação das funcionárias da loja, Electra saiu da loja batendo duro os saltos do seu scarpim. Por um acaso, naquele momento estava toda arrumada, pois dali a meia hora teria um compromisso de trabalho, não era uma viagem de férias afinal. Apressada, foi andando com as compras numa mão, a bolsa, a carteira e o cartão na outra. Ao chegar na porta de saída que foi ajeitando tudo para guardar o cartão... quando percebeu o motivo da reação das lojistas. Tinha usado - por engano! - o cartão de Coelho Branco. Aliás, ela nem sabia porquê raios o cartão dele estava em sua carteira... abafa o caso, omg. Toda conversa, olhares, conferidas das atendentes de caixa só podiam ser por isso, e Electra caiu na gargalhada, pensaram que ela era ele. E que ele era drag, só pode! 
Electra resolveu deixar tudo assim mesmo, não explicou o engano e para aumentar a confusão das duas... voltou cheia de pose e perguntou se, por acaso, ali vendiam creme de barbear, gilette e camisinhas também, rs. Sem graça elas disseram que não e recomendaram uma farmácia próxima, kkkkkkkkkkkkkkkk.
Para encerrar... sendo ainda mais verdadeira, nunca na vida Electra conseguiu ser tão deslumbrante quanto algumas drags, verdadeiras deusas. Bem que ela queria ser do tipo que... impacta! Foi por alguns instantes e se divertiu muito.






Sunday, February 17, 2013

Meu primeiro ZERO

                                    

Primeiro ano de faculdade. Eu, como toda adolescente descolada, sabia muito mais que todos os meus professores, colegas e profissionais da área.
Minha professora de Filosofia pediu que nós todos fizessemos uma dissertação. Assunto simples: qual era a nossa filosofia de vida.
Achei aquilo a coisa mais idiota do mundo.
Como assim, escrever sobre a minha filosofia de vida?
Nem pensar! Eu tinha mais o que fazer com o meu tempo.
Não fiz, não me justifiquei, ela também não me perguntou nada.
Quando as notas do bimestre foram liberadas, eu levei o maior susto da minha vida. Minha média era 5.
Voei pra faculdade, pedir revisão de nota. Esses professores não sabem mesmo o que estão fazendo!
- Piedade, você se enganou. Eu tirei 10 na prova e a minha média foi publicada como sendo 5. Voc6e pode por favor corrigir o erro?
- Inaie, não há erro nenhum. Pois a sua nota é mesmo 5. ( aquele sotaque português me dava vontade de rir, mas por algum motivo nesse dia, ele não estava nada engraçado)
- Como assim?
- Dez mais zero = dez. Dez dividido por dois = 5. ( ela ainda me explicou tirando sarro da minha cara)
- E de onde veio esse zero?
- Daquele trabalho que você não entregou, sobre a sua filosofia de vida.
Juro que eu quase infartei. Aquela bobagem ia valer metade da minha nota? Metade da nota do bimestre?
E assim foi. Dizem por ai que eu desenvolvi uma certa humildade depois dessa esfrega. outros dizem que eu nunca aprendi, e que continuo arrogante e metida, só que não deixei mais de fazer os trabalhos!

A ultima vez que estive no Brasil, fui tomar uma gelada com a Piedade.
- Piedade, você deu o único ZERO da minha vida.
- Dei não senhora, a senhora tirou o zero sozinha, eu nao tive nada com isso.
Mais de 20 anos depois,s ou obrigada a concordar. Eta zerinho bem dado...

Saturday, February 16, 2013

Minha primeira perda e meu primeiro ganho - Bah - Blogueira convidada

A Bah é uma blogueira super dedicada ( tem o blog há mais de 10 anos!!) e uma figura super especial.
La no cantinho dela, ela fala de tudo um pouco, mas principalmente dela mesma, de suas experiências, de suas expectativas e das suas conquistas.
Descolada e divertida ela já morou no Japão, já se casou e descasou, já trabalhou, foi promovida, terminou o masters e pintou e bordou.
Sua nova aventura agora é morar na Europa, com o marido fofo. E todo mundo está torcendo prá ela arrumar um emprego, para parar de postar receitas de guloseimas, por que eu os leitores mais assíduos, já ganharam 3 kilos, com essa brincadeirinha!
 A Bah é fantastica, apesar dela sempre comparar o gaiola com o SUS por causa da demora das postagens de blogueiros convidados.
Bah, você pensa que tem pouco louco por ai?
 Tem não, menina! Mas finalmente hoje é dia de publicar a sua história. E eu não posso nem fazer as minhas gracinhas sem graça, por que essa primeira vez dela foi uma "m".




Faz 14 anos que perdi o João Paulo.

É de se esperar que o seu primeiro namorado seja seu primeiro e grande amor. Daqueles que você nunca vai esquecer. Mas o meu não foi assim. João Paulo não era o meu primeiro namorado e eu não fui a primeira namorada dele. Na verdade, eu ainda estava despedaçada por causa do rompimento com meu primeiro namorado, aquele que eu achei que era meu grande amor. Aquele que dura anos e ao final da nossa “linda” história de amor, ele me troca pela minha melhor amiga. Aquela “amiga” do casal, que sempre está junto, que conhece ele tanto quanto eu.

Achei que nunca fosse me curar. Claro, quando a gente se sente miserável por causa de um amor perdido a gente acha que nunca mais vai se levantar, não seremos mais capazes de sorrir ou de ver o sol brilhando novamente.

Num desses dias, onde nem as músicas do “Só pra contrariar” (exemplificando as músicas de fossa da época) poderiam retratar fielmente as mazelas do meu coração é que, sentada num bar do interior de São Paulo com alguns “perdidos” aos quais chamava de amigos de saideira, lágrimas ensaiavam no meu rosto. Com vergonha por chorar com uma música brega de fundo, vou ao banheiro dar uns tapas na minha cara pra ver se eu crio vergonha de me deixar ficar naquela situação. Adentra ao recinto uma jovem, toda descolada, simpática. Se apresenta e logo se sente a minha melhor amiga. Não tenha dúvidas, Simone era uma pessoa super simpática, daquelas que todo mundo quer ter como amiga. Imediatamente ela me chama para sentar na mesa com os amigos dela. A essa altura, meus “amigos” queriam ir embora para São Paulo e ela me oferece um canto na casa dela pra passar a noite.

“Não sou lésbica”- eu disse. Ela riu, gargalhou da minha cara, chorando, mijando de rir. E eu parada, que nem uma palhaça, esperando o show terminar. Nunca uma música do “Só pra contrariar” fez tanto jus à condição de miséria que me encontrava. Ela amavelmente disse que percebeu que eu estava triste e sabia que os amigos dela me fariam rir. E ela tinha razão. Eu, japa, estudante de comunicação na época, precisava me enturmar, me fazer comunicar, já que eu era travada. E me diverti como nunca. Descobri que eu não era sem-graça, mas como qualquer capricorniano, não sei fazer piada engraçada. Aprendam: o que faz um capricorniano ser engraçado é a facilidade que ele tem de usar o humor negro.

Lá pelas tantas, reparei que ele me olhou de um jeito terno, interessado. Tentei não dar bola. Talvez ele estivesse pensando: “De onde diabos surgiu essa daí?”. Amizades feitas, quase todos os finais de semana eu passava indo para Piracicaba. João Paulo era um rapaz simples, trabalhava na colheita ajudando os pais, era da roça. Ele, noivo há trocentos anos da vizinha, prestes a se casar, se viu apaixonado por mim. E o meu sol voltou a brilhar. Queria fazer tudo “certo”, só ficaria com ele se ele não estivesse mais noivo e não era certo fazer isso com um membro do grupo. Ele topou. Terminou o noivado, devolveram todos os presentes, ele se mudou para Rio Claro, dividindo uma casa pequena com um dos colegas do grupo, que era namorado da Simone. E os dias passaram assim, programas de casais, felicidade no ar.

Em um final de semana fomos à uma quermesse no centro da cidade e, parando de frente à uma barraquinha, vi um vaso todo decorado, lindo. Só que custava um pouco mais do que eu tinha no bolso. Ele viu minha frustração e disse que se tivesse recebido naquela semana me daria de presente. Obviamente me senti mal, era filhinha-de-papai, tinha mais condições que ele, me deu um aperto ele gastar comigo. Ficava pensando como a ex-noiva ficava com ele, já que ela aparentava gostar do luxo e ele estava mais para o “lixo”.

Foi quando numa manhã tranquila na faculdade, meu pager (quem lembra disso?) bipou. Era a Simone, pedindo para que eu ligasse urgente para ela. Ela tinha essa mania, tudo era urgente, só pra dizer que estava com saudades. Liguei e não lembro de quase nada, porque meus pensamentos foram interrompidos por: “João.. acidente... sinto muito... (choro)”.

João Paulo queria fazer uma visita surpresa pra mim em São Paulo. No trajeto, um caminhoneiro bêbado tentou uma ultrapassagem e atingiu seu carro. O carro capotou diversas vezes, soltando uma barra de aço de sua pick-up e atravessou seu corpo. Morte instantânea. Peritos que estavam no local devolveram à família o que estava dentro do carro. Entre os pertences, aquele vaso da quermesse, intacto. No velório, muita comoção. Saí cedo de São Paulo, cheguei e fui direto para o lado do caixão, que estava lacrado, para “vê-lo” pela última vez. A ex-noiva entra, me reconhece e começa o barraco. Pula em cima de mim, me agredindo, socando meu estômago, batendo na minha cara, me responsabilizando pela morte dele, afinal, ele estava indo me ver. Tento revidar, mas prefiro apanhar de graça, nenhuma dor física é maior do que aquela que estava sentindo.

A mãe dele, indignada, expulsa as duas do velório: “João era filho único, respeitem a minha dor e da família”. Retiradas da sala, ela vai para um canto e eu vou para outro, com Simone, que escolhe aquela hora pra me revelar que João Paulo era filho único de uma família podre de rica. Que ele odiava ostentar e que pediu para ninguém me falar nada, porque ele estava realmente gostando de mim e queria que eu gostasse dele pelo o que ele é e não pelo o que ele tinha. Ele realmente trabalhava na roça, porque queria. Ele não queria casar, queria uma companheira que estivesse ao seu lado nas viagens que ele queria fazer, que comentasse os livros que ele adorava ler, queria palpite nas comidinhas que ele inventava, sem obrigação, sem regras da sociedade.

Faz 14 anos que perdi o João Paulo, mas ganhei tantas coisas que ele me ensinou, e a melhor delas, (a que carrego comigo) é sempre acreditar que por mais que você esteja triste, o sol sempre volta a brilhar.

Friday, February 15, 2013

Eu e minha boca

Miss Belum, nos contando sobre como já se sentiu um dos seres humanos mais inteligentes da face da Terra por ter sido aprovada no vestibular, e Ira Fermion, nos contando sobre sua primeira grande vergonha, me fizeram lembrar de mim mesma uns vários anos atrás... Essa é a história da primeira grande vergonha desta reles estagiária que vos escreve.


Eu tinha 18 anos. Estava no terceiro semestre da faculdade de Direito, após ter sido aprovada no vestibular pra Matemática. Daí fiz um concurso pra um cargo temporário no IBGE e passei em 3º lugar. Nada disso era grande coisa. Mas, como eu disse, eu tinha apenas 18 anos, e por causa dessas coisas estava me achando a última coca-cola gelada do deserto. Eu me achava a mais inteligente, a mais bonita, a mais esperta, e eu tinha certeza de que a minha opinião era a coisa mais importante do mundo, da qual todos necessitavam, e que por isso eu tinha que dá-la constantemente, mesmo sem ela ter sido pedida. Na minha concepção de adolescente, verdades existiam para serem ditas e eu tinha de dizê-las, não importando se ia doer em alguém. Eu era insuportável.

E foi por causa disso que eu recebi minha primeira lição sobre a importância de ficar calada.

Havia uma revista mensal aqui na cidade que se chamava Orbital. A revista Orbital era uma mistura de revista de adolescente com revista de fofocas, passando por uma seção de propagandas dos comércios locais.
A cada mês, a revista publicava uma seção de fotos de alguma adolescente popular da cidade: a Garota Orbital. Vinham as fotos acompanhadas de uma mini-entrevista com a menina.
A Garota Orbital não costumava ser nenhuma Julia Roberts, e também não costumava ser um gênio. Uma delas até hoje é piada aqui em casa, porque quando foi perguntada sobre o que desejava na vida profissional respondeu: "Desejo me formar em medicina e depois seguir carreira de modelo". (OBS: espero não estar ofendendo ninguém por achar esse sonho uma piada, mas se tiver alguma médica-modelo lendo isso, esclareça como é possível conciliar as duas carreiras.)
Mas as meninas também não eram feias. Se não eram lindas, ao menos não eram da turma do halterofilismo...


Daí uma vez eu tava trabalhando lá no IBGfoi, quando apareceu uma revistinha dessas. Nessa hora, estávamos os 7 funcionários presentes e a toa. E fomos olhar a revista todos ao mesmo tempo. Quando chegou na seção  as fotos da garota orbital daquele mês - que, sendo justa, não era feia - eu resolvi emitir minha inútil opinião. Abri meu bocão pra dizer 20 vezes seguidas: "Noooosssa! Que menina feia! Não sei porque eles só colocam menina feia nessa revista! Ai que menina horrorosa!!!" Ninguém se manifestou. Eu continuei, esperando que alguém concordasse comigo: "É muito feia. Nossa, como é feia... bla bla bla whiskas sachê..."

É sério, gente, a menina nem era feia. Mas ainda que fosse, eu não era olheira de nenhuma agência de modelos pra estar manifestando tão veementemente minha reprovação quanto aos atributos físicos da garota. (Isso sem contar que eu era um dragãozinho...)
Mas eu pensei nisso na hora? Claro que não, e continuei falando que a menina era feia, e todo mundo calado.

De repente, uma moça que trabalhava lá vira pra mim e diz: "Srta Forte, essa menina é a irmã do Paulo." Paulo era um dos colegas presentes. Achei que ela estava de sacanagem. Olhei pro Paulo, implorando que ele dissesse que era mentira. Ele apenas confirmou com uma balançada séria de cabeça. Fiquei lívida. Já sentiu como se seu sangue escorresse todo pelo chão, deixando você paralisado, imóvel, sem ter forças para sair do lugar?

Por que será que eu não morro agora?
Era uma sinuca de bico: eu podia dizer que a menina era feia mesmo, paciência, mas ia ter que encarar o Paulo mais uns 4 meses, lembrando todos os dias de como eu era grosseira; eu podia me dizer que não, que a menina era bonita e eu que estava implicando com ela, que era puro recalque meu, mas nisso seria ridículo - imagine só: num minuto  eu acho a menina feiosa, e um segundo depois ela fica bonita só por ser irmã do meu colega de trabalho?; e eu podia calar minha boca, engolir minha vergonha, e aprender a não ficar chamando a irmã dos outros de feia.
Das opções que eu tinha, acho que escolhi a mais sensata. Se bem que eu não tinha como escolher nenhuma outra; não tinha forças (nem argumentos) pra me justificar. E nada do que eu dissesse ia consertar a merda que eu tinha acabado de fazer. Fechei a revista, calei a boca, e fui me arrastando para minha mesa. A maior vergonha da minha vida estava estampada na minha cara. Fiquei lá, muda, finalmente trabalhando em vez de estar dizendo besteiras inúteis, e assim fiquei por bastante tempo.
Tchau, gente, foi bom trabalhar com vocês.
Vou ali ver se não tem um ônibus que possa me atropelar...
Não sei quanto tempo fiquei lá, muda, imóvel, rezando pra que eu tivesse me tornado invisível, pra que eu pegasse uma gripe galopante e não precisasse voltar lá no outro dia pra encarar aquelas pessoas que sabiam o quanto eu era idiota e que tinham demonstrado aquilo tão claramente.
Séculos se passaram, até que, de repente, a mesma moça que tinha me informado sobre o parentesco do Paulo com a garota orbital me disse: "Srta. Forte, é mentira. Ela não é irmã do Paulo não."

Um alívio imenso - maior que o alívio pós xixi - invadiu minha alma. E naquele momento eu tomei uma decisão que mudou a minha vida: nunca mais dar minha opinião desfavorável no que ela não for estritamente necessária.
Eu não me tornei uma falsa, daquelas que elogia tudo e todos pra ficar bem na fita (jamais ganharia o BBB), mas aprendi que não há necessidade de detonar os outros pelo simples prazer de o fazer. SE, e somente SE, minha opinião desfavorável for pedida, e SE ela for relevante, eu a dou. Caso contrário, bico calado, porque nunca se sabe quem pode ser irmã do Paulo por aí...

Thursday, February 14, 2013

O Risco



Eu ia até falar de outro tema...

Tinha até começado a escrever e até acho que o assunto ia dar mais ibope...

Mas aconteceu tamanha desgraça que tive que mudar tudo e falar do risco.

Quem me conhece de perto sabe que eu tenho dó de gastar muito dinheiro com aparelho celular. Talvez porque eu não seja muito ligada em tecnologia, talvez porque eu seja pão dura ou simplesmente seja por causa do meu histórico com celulares (o primeiro foi perdido no ônibus, o segundo caiu na sopa de beterraba que eu fiz e nunca mais ligou, acho que foi desgosto por parte dele de ter caído numa sopa desse sabor, o terceiro foi roubado por pivetes armados...). Quem sabe?

Dai que já fazia alguns meses que eu estava usando dois celulares. Porque a pessoa, pra não falir, tem que ter vários chips. E como aqui o povo só tem Vivo e eu tinha um Tim (pra poder falar ilimitado com mamis), então tinha que carregar pra lá e pra cá dois aparelhos.

E os aparelhos não eram necessariamente o que se chama de aparelhos novos. Eles estavam um pouco descascados aqui e ali... E não eram necessariamente novos, eles já estavam um pouco ultrapassados, tipo uns 3 ou 4 anos... E não eram dos mais sofisticados, eram Nokias, daqueles mais simples que geralmente saem de graça até em planos pré pagos. Mas estavam me servindo bem. E eram chamados carinhosamente de "Dinos" pela amiga.

Só que o sonho da minha vida tecnológica era ter um tal de whats app pra poder falar com as pessoas e não pagar um milhão de reais em mensagens. E, óbvio, em nenhum dos dois eu conseguia colocar.

Então resolvi dar um upgrade na minha vida "telecomunicativa" e comprei um Galaxy. Dai agora você deve estar pensando que comprei aquele fodástico, cheio das coisas e que custou algumas unidades de milhar de reais né? Não! Eu comprei um Galaxy Y Duos, lógico, porque o requisito básico, logo depois de ter o tal whats app, era aceitar dois chips. E esse era o "mais ou menos" mais barato que eu achei. Não foi tão caro mas nem tão barato também (porque eu ainda tô pagando. Mas não precisei dividir em 10 vezes. Foram só 3).

E confesso que eu me empolguei. Ele é todo branquinho, todo touch, todo colorido, a foto aumenta quando eu esfrego o dedo na tela, eu consigo entrar na internet pra usar o bendito whats app (que no final das contas me saiu mais caro do que as mensagens, porque agora eu pago 30 reais por mês pra usar a internet e não gastava tudo isso com mensagens... mas enfim... agora já foi).

E hoje eu fui até a praia. Porque né, é carnaval e eu moro na praia (e estou escrevendo dois dias antes do dia da minha publicação, então considerem que "hoje" seria terça feira passada). E logicamente eu levei o meu celular branco, lindo e novo. Porque com ele eu posso tirar foto e mandar prazamigues pra fazer inveja que eu to na praia e elas estão ou trabalhando, ou estudando ou doentes em casa (melhoras Lu).

E é lógico que quando a pessoa está na praia, que é um lugar cheio de areia, é melhor guardar o celular branco, lindo e novo dentro da bolsa, junto com a toalha, que é pra ele ficar bem protegidinho. E é lógico que depois que tira a toalha de dentro da bolsa o celular branco, lindo e novo deve permaneceu lá. Seguro e confortável do lado DA CHAVE DO CARRO!!!

E agora o meu celular branco, lindo e novo é um celular branco, lindo, novo e RISCADO!

E não importa quantas mensagens, fotos ou ligações apareçam na tela, eu só vejo O RISCO. Um risco grande que vai me encarar e me chamar de estupida para sempre, toda vez que eu olhar pra ele.


Wednesday, February 13, 2013

O primeiro soco.

As outras loucas falaram semana passada sobre a primeira vez que tiraram notas ruins na vida... A ideia foi legal e eu ate tinha me empolgado a contar a primeira vez que bombei numa matéria da Liga da Justiça. O Super Homem achava normal usar a si mesmo como padrão nas provas de física, dai podia passar acima da velocidade da luz, ter visão raio X, voar usando uma capa, vestir a cueca por cima da roupa... Dai não dava pra usar as leis de Newton, nem as equações de Maxwell.


Bom, mas eu queria contar mesmo sobre a primeira vez que eu dei um soco em alguém... Quer dizer, eu já tinha dado um soco no meu irmão, mas dar soco em irmão não conta, faz parte do crescimento, da sobrevivência nessa sociedade violenta.   

Bom, a historia da primeira - e única - vez que dei um soco em alguém aconteceu quando eu fazia curso na Liga da Justiça. Essa coisa de estudar com super heróis eh complicado, porque o bullying chega a níveis absurdos.   

Numa dessas festinhas universitárias estava tomando minha bebidinha de Kryptonita quando precisei entrar no banheiro, pra fazer um xixizinho... Quando estava lavando as mãos entra o Nacional Kid. 



Eu sempre achei aquele japa estranho, mas nunca pensei que ele usasse o banheiro das meninas...  Dai ele chegou perto de mim, falando mole... Ele era aluno do curso de Engenharia Civil da Unicamp Tecnologia em Voar com Capa na Liga da Justiça. 

Dai o folgadão veio todo todo pra cima de mim... Ele tinha tomado uma formula especial, dada pelo Demolidor, e estava com mais de 2 metros de altura. Me prensou na parede e tentou me beijar a forca. 

Minha reação foi instantânea, tentei me desvincilhar dele, mas ele me prensou com forca. Dai eu dei-lhe uma joelhada com gosto no "satangos" e quando ele abaixou, por causa da dor, eu me enchi de coragem e dei um soco com todo o gosto na cara dele. Não fiquei pra ver o resultado, sai correndo do banheiro.

Ele ate tentou sair atrás de mim, ficou puto... Mas o efeito da formula magica do Demolidor tinha passado e ele, agora com 1,50m, não conseguiu correr tao rápido. Além disso eu pedi ajuda pro Mandrake e ele me fez sumir. 

Depois disso cheguei a ver o Nacional Kid de novo, mas ele fingiu que não me conhecia, acho que o soco deve ter doido. BEM FEITO!

Monday, February 11, 2013

Anos atrás...

quando Electra ainda estava na faculdade - não interessa do quê - passou por uma primeira vez complicada... a primeira cantada (esse termo é apropriado?!?) gay. Yeahhhhhhh! A primeira cantada gay a gente não esquece jamais. 
Foi assim assim: Electra tinha uma boa e pequena turma, gente 100% tranquila e 100%  legal. Sua best friend da época era daquelas super família, toda hora rolava churrasco, pizza e piscina ou festinha na casa dos pais dela. Sabe aquela coisa de casa cheia sempre? Assim assim. Numa vez em que estava indo embora de mais um churrasco da turma, a irmã mais velha da amiga oferece carona. Tudo bem, normal, na boa. Afinal ela estava indo na direção da casa de Electra, que por sinal era longe pra caramba... tipo do outro lado da cidade. Rolou o maior papo no carro e a anta grega nem se tocou do lance!  Electrazinha nem tava aí pra hora do brazil il il, achando a irmã da amiga o máximo, afinal era 4 anos mais velha, formada, já fazendo pós, charmosa, linda, elegante, viajada... cheia de gostos em comum. Para simplificar digo apenas que seu codinome dela era Beija. Só por que ela era mais linda que a Dona Beija - estavam reprisando a novela. Eis que... na porta de casa a outra resolveu se declarar e botar os pingos no is, já que até então alguém não tinha percebido nada versus nada. 
Neófita, sabe como é... estava totalmente out. 
Electra não esperava, não estava preparada e passou uma mega saia justa - sem elastano. Era muita informação em pouco tempo!!! Como assim, a irmã da sua amiga era homossexual? Como assim, ela estava a fim de você? Como assim, você não percebeu nada? Como assim, lidar com isso? Como assim, dizer não sem parecer careta e antiquada? Como assim, dizer não sem ofender? Como assim, ter que guardar segredo pq ningué da família dela sabe? Como assim?!?!?  Deus do céu não apronta essa comigo nãooooooooooo! Pensava atônita nossa heroína. 
Verdade seja dita... a garota foi super dez, e a cantada acabou entrando nas top five das inesquecíveis de Electra. Em determinado momento ela chegou a pensar que se fechasse os olhos (até fechou pra testar) parecia que estava ouvindo a "cantada dos sonhos", só que não era de um homem. Nada é perfeito, e para infelicidade da proponente as duas não jogavam no mesmo time. De algum modo absurdo as duas conseguiram se sair bem da situação. Não é fácil para ninguém expor seus sentimentos e desejos, fazer isso escondido, com medo do julgamento dos outros, deve ser pior ainda. Electra prometeu não contar nada à amiga - doeu guardar o segredo, mas... promessa é promessa - e continuou a conviver esporadicamente com Beija, já que não podia deixar de ir na casa da bbf. No fim de algum tempo, passado o constrangimento inicial, Electra e Beija terminaram amigas (e nada mais!).


Sunday, February 10, 2013

A primeira vez que eu encarnei a Gucha

Washing the Floor




Tenho todo o respeito e admiração do mundo por quem é dado ás tarefas do lar. Eu não sou, e essa incompetência, vem de familia. Minha mãe não sabe varrer uma casa, minhas filhas não sabem limpar um vidro. E eu? Eu também não sei nada, mas logo que me mudei para a Austrália, achei que cuidar de casa era brincadeira de criança. E me lencei decidida, á tarefa.
Meu tio estava indo nos visitar e eu resolvi impressioná-lo. Pedi para as crianças tirarem as roupas jogadas os brinquedos jogados na sala e fui lavar a cozinha.
Isso mesmo. L A V A R   A   C O Z I N H A!
Peguei um balde com água e sabão em pó como eu e meus primos fazíamos para brincar de escorregar na garagem , e mandei bala! Joguei água nas paredes, na bancada, nas portas... e nem notei o nível da água subindo pelos meus pés.
Água subindo pelos meus pés?
Isso mesmo. Eu ia jogando baldes e baldes de água com sabão naquela cozinha e a água ia empoçando. Devia ter alguma obstrução no ralo, com certeza, mas eu só notei quando a cozinha estava uma verdadeira piscina.
Decidi, sábia que só eu, procurar o ralo e desentupi-lo. Não haveria de ser tão difícil assim.
Procurei o ralo, procurei o ralo, procurei o ralo até a exaustão. Cheguei a pedir a ajuda das crianças, por que com certeza o cansaço da lavança da cozinha estava me deixando doida.
Ninguém encontrou o ralo, por que não tinha ralo.
Os Aussies não lavam a casa, eles passam paninho, então não tem a menor necessidade de drenar a água, né?
E o que faço eu com aquela piscina de água suja com sabão em pó que se formou na minha cozinha?
Minha única alternativa foi pegar um mop ( esfregão de espuma) e passar horas encharcando e torcendo a esponja para me livrar da água.
A cozinha ficou grudenta e eu nunca, nunca mais me meti a fazer "faxina pra impressionar o tio".

Que com certeza foi embora reclamando que a minha casa era uma bagunça só e que a minha cozinha era um grude!!

Saturday, February 9, 2013

A primeira vez que eu... Bel - blogueira convidada

A Bel é uma dessas pessoas iluminadas, alto astral e divertidas que a gente encontra pela blogsfera e quer trazer prá vida real rapidinho.
Ela também é a melhor pessoa para se contar um segredo, por que dois dias depois ela já nãos e lembra mais. Acho que é por isso que ela mantém o blog dela,  para não esquecer as próprias histórias.
Hoje essa mulher engraçada, linda e de bem com a vida, veio nos visitar. Obrigada Bel, pelo carinho de sempre!!

Ah! Eu sou a Sherazade, lembra?? Nos conhecemos numa balada virtual...
PS - A "Bel" gosta mesmo é de ser chamada por Anabel Mascarenhas, que esse negócio de intimidade demais não é com ela não!! Lembrem-se disso nos comentários, por favor.

Com vocês, Anabel Mascarenhas, a nossa convidada de hoje:


Putz, pensei mil coisas, gastei tanto tempo tentando imaginar “QUE” primeira vez eu ia contar aqui, que perdi a vez pro Mr. Lemos, de ser a primeira blogueira convidada!

É difícil escolher uma coisa pra contar que não seja constrangedora (lembrei do jantar na casa do já citado Mr. Lemos…), que seja bem humorada e que tenha alguma relevância a ponto de ser repartida entre tanta gente boa. Além do mais, quase todas as minhas “primeiras vezes” já foram contadas no meu blog, e eu não queria colar figurinha repetida num álbum novo. Roda pra lá, roda pra cá… e a cabeça da baiana não encontrava o lugar de parar. Até que… plim! Piscou a luzinha que dizia que eu havia encontrado!

Não é recente, aconteceu em setembro de 2009. Foi a primeira vez em que a Branca de Neve aqui resolveu dar uma de negona e trançar os cabelos, lá, no Olympo da baianidade: O Pelourinho!

Vê que doçura:




Sentei num banquinho na calçada, e diante de quem quisesse ver me entreguei às mãos ágeis de Jacira, que não levou nem dez minutos pra trançar meu cabelo super hiper ultra mega oleoso e escorregadio. Não trançou tudo porque eu achei que ficava mais bonito assim.

Uma amiga fez fotos do passo-a-passo, mas vou colocar uma só aqui:






E uma vista “do alto”:







Hummm… péra aí. Esta foto mostra um lugar interessante… e BINGO! as trancinhas foram só o caminho pra chegar na minha grande primeira vez! Na foto acima, estou sentada no chão da Galeria Nelson Dahia, no Museu da Gastronomia Baiana, mantido pelo SENAC no Pelô. E estou nesse conforto todo porque o evento ali É MEU!!! Tudo bem que nesse momento as portas ainda estavam fechadas para o público, que eu sou doida mas tenho juízo.

Foi a exposição fotográfica “Rio do Engenho: Festas, Saberes e Sabores”, promovida por um grupo de pesquisas em Identidade Cultural e Expressões Regionais, com fotos MINHAS! Então, minha primeira exposição fotográfica!!! O momento máximo (até então), de reconhecimento do meu trabalho, da minha arte, do meu valor como fotógrafa.





Foi uma experiência indescritível ver cinquenta fotos impressas (30 x 40 cm) e uma gigante (50 x 70cm), que ficou lá no MGB, como contrapartida por eles nos terem cedido o espaço para a exposição. Mas mais gostoso do que ver as fotos na parede, (com a moldura rústica que eu inventei num insight) foi ficar por lá, de bobeira, enquanto turistas brasileiros e gringos entravam, elogiavam, perguntavam se estavam à venda (não estavam!), sem nem imaginar que a fotógrafa estava ali, e era eu!







Essa exposição foi um divisor de águas na minha carreira profissional, e também na minha autoestima e na certeza de que sonhos se realizam! Eu fotografo desde a adolescência, tento ser tratada como profissional desde pelo menos 2003 e só em 2009, com esta exposição foi que perdi a vergonha de me apresentar como fotógrafa e mandar fazer um cartão de visitas.

Foi durante este lindo mês de setembro de 2009 que dirigi (um carro) sozinha em Salvador. Mas isso pode ficar pra outro post, se me convidarem de novo, é claro!