Na vida a gente é obrigado a aprender várias coisas. Uma delas é se despedir.
E tem despedida de tudo quanto é coisa e de tudo quanto é jeito.
Tem despedida de solteiro/a, tem despedida do emprego, tem despedida de quem
está indo viajar a passeio ou a trabalho, tem despedida de quem está mudando de
bairro ou país, tem despedida entre pessoas, de amigos e até inimigos.
O importante é que, seja lá qual for a despedida, sempre uma parte fica e a outra vai. Sempre fica um vazio, em quem vai e em quem fica. Ás vezes esse vazio é bom, porque deixou pra trás um algo ruim, e ás vezes é ruim, porque deixou pra trás um algo bom.
E eu também tive a minha! E foi triste, porque deixei para
trás uma vida. Deixei pra trás uma história que me transformou, em grande parte,
no que sou hoje.
Como algumas pessoas já sabem, me formei na Unicamp. Nunca
tive a intenção de morar fora de casa, até que passei no vestibular. E eu me despedi
da minha casa. Mas essa despedida não foi sofrida (não pra mim, mas não posso
dizer o mesmo da minha mãe), porque eu estaria de volta a cada final de semana.
E botei a cara no mundo e descobri coisas, lugares, pessoas e sentimentos.
Muitos sentimentos.
Foram anos moldando minha responsabilidade, minhas amizades,
minhas inimizades, minhas alegrias, meus amores, minhas tristezas, minhas
teorias, meus conceitos e até mesmo minha formação acadêmica (puxa, quase me
esqueço que estava lá justamente para essa parte...)
Foram 10 anos e poucos amigos, muitos colegas, muitas
histórias, muitas partidas de sinuca, muitas cervejas, muitos bandejões,
algumas tardes de sol na piscina da faculdade de educação física, algumas
festas, muitas madrugadas em claro estudando para provas, muito trabalho no
estágio, algumas corridas no bosque, muitos passeios no shopping, alguns
namorados, muitas sessões de cinema, 8
mudanças de casa e muita liberdade.
E então, chegou a hora de me despedir. E me mudar de
Campinas significou fechar um ciclo. Significou, pra mim, o final da minha fase
“ao sol”. A partir dali eu teria responsabilidades que me acompanhariam para o
resto da vida, tendendo sempre a crescer. E eu sabia disso.
E meu coração apertou como nunca tinha apertado antes. E eu fui embora de Campinas sabendo que eu carregaria no meu coração cada segundo daqueles que eu passei naquele lugar me transformando em “pessoa adulta”.
E doeu. E eu chorei mais do que em qualquer momento da minha vida.
E meu coração apertou como nunca tinha apertado antes. E eu fui embora de Campinas sabendo que eu carregaria no meu coração cada segundo daqueles que eu passei naquele lugar me transformando em “pessoa adulta”.
E doeu. E eu chorei mais do que em qualquer momento da minha vida.
E dai a pessoa pode fazer tudo isso com mais cuidado, com
outro olhar, com mais experiência. E pode ser melhor. E pode ser inusitado. E
pode ser proveitoso. E provavelmente será o início de uma nova despedida.
Como diria Milton Nascimento “São só dois lados da mesma
viagem, o trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro é também
despedida (...) é a vida”