Blogueira convidada - Thais

A Thatha eu conheço desde o comecinho do meu blog pessoal, não sei se fui eu que cheguei no blog dela, ou ela que chegou no meu primeiro. Mas sei que foi muita identificação! Ela fala que não eh exemplo, mas eu discordo! Ela eh exemplo sim! Exemplo de mulher louca, independente e "muderna". Divertida e inteligente. Bora ler o que ela tem pra nos contar?

Quando a Luana me convidou para escrever para o Gaiola minha primeira sensação foi de euforia. Duas semanas depois eu ainda não sabia o que escrever. Medo de não ter ideias à altura do Gaiola, pânico de meus textos não serem tão bons para o blog, até me dar conta de que SIM! Eu sou tão piradinha quanto essas meninas e SIM! O Gaiola faz tanto sentido para mim com toda essa loucura que eu resolvi contar uma das matrizes da minha vida:

EU SÓ ATRAIO GENTE LOUCA!

É bem sério isso. Como? Te conto...

Para começar eu nasci em uma família coom 5 mulheres muito loucas. Minha mãe e minhas tias se reuniam num quarto de 10m² para fumar, contar estórias loucas e rir como se não houvesse futuro. Fui crescendo e atraindo amigos mais loucos do que eu. Gente com TOC, com neuropatologias, gente que ama demais e gente com muito ódio nos seus corações. Pessoas do tipo que me ligam as 3h da manhã para sair, que propõem gravarmos um harlem shake, que gostam de viajar - no susto - para qualquer lugar do mundo. Vocês tem noção do que é gravar um harlem shake? Loucura define.

Também sempre trabalhei onde só tinha gente louca, ou as pessoas ficam loucas comigo. Eu não sei.

Como atraio muita gente esquisita, já me condicionei a me juntar a grupos esquisitos quando chego em algum lugar novo. Por exemplo, esses dias no metrô, entrei num vagão com várias poltronas disponíveis. Em uma, especificamente, tinha um transformista em seu estado natural, com o cabelo despenteado, um litro de vodca escondido num saco de pão e ouvindo System of a Down no fone no último volume. Eu já sabia que eu tinha que sentar ao lado dele. Se eu me sentasse em qualquer outro lugar eu ficaria incomodada e me arrependendo perdidamente de não ter sentado ao lado daquela criatura tão, tão, avessa aos costumes sociais. Nem me sentei e ele já tirou os fones dos ouvidos. Sentei e, claro, puxei assunto. Porque gente normal não sabe, só os loucos, mas o normal, normal mesmo, é puxar assunto com desconhecidos. 

Ele me contou uma estória fantástica, que provavelmente é mentira e isso é um mero detalhe. Seu nome com certeza não é Joana e, claramente, ele não tem os 25 anos que me disse ter. Sua estória de que nasceu na frança e veio para o Brasil com sua mãe após terem sidos abandonados por seu pai, um rei sueco, não tinha nenhum sentido. Mas no final isso não importa. Se ele é feliz no mundo de loucuras que criou, por que não vivê-lo?

Sou muito a favor das pessoas não repreenderem suas loucuras. A vida é muito curta para tantos padrões de normalidade. Sejamos loucos, sejamos livres, sejamos felizes.