Por Thaís
A estória que mais marcou a minha vida foi do primeiro namorado.
Era
23 de abril de 2000, domingo de páscoa. Eu, aos 17 anos, a cara cheia
de espinhas, não queria ganhar chocolates e uma amiga me presenteou com
dois ingressos para o Playcenter que eu aproveitei nesse dia.
Eu
sou uma pessoa muito tranquila, que pensa demais, então eu observo o
mundo ao meu redor muito pouco e eu estava mais preocupada com o tamanho
das filas para os brinquedos e quanto tempo eu levaria para brincar
em todos do que com os gatinhos que estavam nelas.
Na
fila do teleférico, minha amiga fez uma brincadeirinha com um menino e
eles começaram a flertar. Ela sentou na cadeirinha com ele e isso foi
muito romântico. Quando chegamos do outro lado o menino disse que
precisava encontrar uns amigos e que nos reencontrássemos as 17:00 no
Double Shock.
Perguntei
para a minha amiga se ela tinha ficado, assim, muito interessada mesmo
no menino e ela disse que não. Então desencanamos e continuamos o
passeio. Mas
eu sempre tive um amor pelo Double Shock e, por ser domingo de Páscoa, o
Playcenter estava vazio e nós já tínhamos ido umas 5 vezes no brinquedo
e iríamos de novo.
Sem
relógio, não percebemos que eram 17:00 quando estávamos, novamente, nos
divertindo do Double Shock e, quando percebemos, os meninos nos
aguardavam pacientemente em um banco perto dali. Foi
assim que conheci o Luiz. E foi com o meu pai vendo a gente se beijar
na porta do parque quando foi me buscar, que começamos a namorar.
Ele
morava longe. Para nos vermos pegávamos metrô + trem + ônibus, mas
sempre valeu o sacrifício. Nos gostávamos muito. Bom, eu achava isso.
Quando a minha descobriu, depois de 7 meses de namoro, que não éramos
tão inocentes assim e fez um escândalo xingando o menino de vagabundo
para baixo, ele terminou comigo.
Eu
sofri, chorei, ligava para ele de madrugada, mandava cartas (sim,
cartas, eu sou velha) sujas de lágrimas e estava quase desistindo quando
reatamos. Tudo parecia lindo, o namoro estava ainda melhor. Ele estava
mais carinhoso, mais atencioso e fazíamos planos para o futuro.
Até
que entrei para a faculdade enquanto ele só pensava em sair nos fins de
semana. Sempre fui tranquila e não me importava. Mas não estava bom
para ele. Ele queria se casar. Estávamos
há 2 anos juntos. E eu queria terminar a faculdade antes. A pressão
dele me desanimou e eu achei melhor cada um seguir o seu caminho. Me
arrependo amargamente dessa decisão.
Hoje
ele é casado, tem uma filha de 7 anos já. Sempre que nos falamos é com
nostalgia e sabemos que, o que queríamos, era estarmos juntos até hoje.
Quem sabe um dia.
Sempre podemos mudar o curso de nossas vidas,só não dá pra recuperar o tempo perdido...
ReplyDeleteToda escolha requer uma recusa... pra tudo nessa vida...
ReplyDeleteKisu!
Quem sabe um dia! Mas não deixe de se abrir para a vida. Amor adolecente nem sempre é o melhor pra a vida inteira.
ReplyDeletebjs
Jussara
As coisas que "não acontecem" sempre voltam às nossas mentes com uma pontinha de angustia, né? A gente sempre pensa: E se eu tivesse....
ReplyDeleteMas não se esqueça das coisas boas que aconteceram justamente por não ter acontecido aquela primeira. Podemos tirar proveito e lições de tudo que se passa conosco!
E quem sabe um dia...
bjinhossss