Continuando as histórias sobre bichos, falarei sobre meu primeiro cachorro.
Eu ia dizer que foi o primeiro cachorro da família, mas, na verdade, o povo aqui de casa teve uma porção de cachorros antes de eu nascer, e não consigo entender porque eu não me lembro de nenhum deles.
De modo que esse é o primeiro cachorro de que eu me lembro. Mas ele foi um cachorro memorável, apesar que nem chegou a ter nome.
Foi assim: nós morávamos no fim do mundo e minha avó em Taguatinga, que pra quem não é daqui, é uma espécie de cidade-bairro de Brasília e fica no extremo oposto do DF em relação ao fim do mundo. Vez por outra meu pai colocava a mulher e todos os filhinhos no carro e íamos todos pra lá. Lembro de um dia especial em que na volta ele resolveu passar em outro lugar, para podermos adotar um cachorro. Era no canil público do DF, e eu fui planejando que cachorro fofinho eu iria abraçar e beijar, porque, afinal de contas, pra que servem os cachorros senão pra serem abraçados e beijados?
Mas o meu pai pensava diferente de mim, e achou por bem adotar um vira lata enorme. Enorme mesmo. E me avisou que ele não era pra eu abraçar e beijar, que ele seria um cão de guarda, que seria bravo e que eu não deveria amansá-lo, senão ele não atacaria quando o ladrão entrasse no nosso quintal. Isso me deixou bastante decepcionada, mas é lógico que eu continuei planejando mentalmente o quanto o abraçaria e beijaria.
O cachorro veio no porta malas do carro e, quando chegamos, recebeu uma vasilha bem grande de comida. Comeu tudo e, quando eu planejava começar a sessão de abraços, ele simplesmente pulou o muro e foi embora. Pulou o muro. E nunca mais apareceu.
Acabo de entender que, em vez de comida, meu pai deu red bull pro cachorro |
Aquilo sim me deixou decepcionada. Achei o cachorro muito abusado de comer e partir. E fiquei lá no quintal, brincando sozinha, lamentando a partida do cachorro.
Mais tarde, quando minha mãe apareceu, eu inventei que já que o cachorro tinha ido embora eu tinha uma gata. E fiquei falando falando falando pra ela da minha gata, que era bonita e que estava logo ali.
Lembro bem que não tinha gata nenhuma. Eu inventei a história, tirei da minha cabeça, era uma forma de me consolar porque o "meu" cachorro tinha ido embora.
Mas eu resolvi mostrá-la pra minha mãe, que não estava ligando muito pra minha conversa. Insisti que ela tinha que ver que era verdade que eu tinha uma gata (e era mentira, eu não tinha gata nenhuma). Puxei-a pela mão até uma moita que tinha no jardim e disse: "aí minha gata!"
Nessa hora, minha mãe mexeu na moita e realmente saiu uma gata correndo lá de baixo. (tenho a impressão que era uma gata da cor da Tesla). Eu fiquei muito satisfeita por mostrar que realmente eu tinha uma gata, mas lembro de ficar impressionada de aquela gata aparecer exatamente na hora em que eu precisei...
Minha primeira gata me incentivando a ser mentirosa!
que cachorro interesseiro!
ReplyDeletecomeu e foi embora...
O único bicho de estimação que eu tive foi uma tartaruga,eu tinha 9 anos, e um dia esqueci a coitada na sacada do apê em que morava por um weekend inteiro(no verão,então imaginem o estrago!)
ReplyDeleteNa volta,o pobre bicho estava frito e preto na bacia,fiquei traumatizada e me sinto culpada até hoje!
Vc foi abandonada pelo seu cão, eu abandonei minha tartaruga,o mundo não é perfeito..rss...
Pra que servem os cachorros se não para serem abraçados e beijados? rsrsrsrs Eu concordo (até hoje) plenamente com isso!!! As coitadas das tchucas que sabem... rsrsrsrsrs
ReplyDeletete incentivando a ser mentirosa coisa nenhuma. Você TINHA uma gata...
ReplyDeleteE o cachorro deve ter ouvido todas as obrigaçoes que o seu pai ja tinha dado pro pobre e achou melhor dar no pé. Sabido!!!
Auhauahuaa coitada da gata, tava lá se escondendo dos predadores e vc foi importuná-la rs
ReplyDeleteKisu!
Eu já tive vários cachorros!! Eu adoro uma cachorrada!
ReplyDeleteE já tive vários animais de estimação. Tartarugas, coelhos, periquitos, ratinhos brancos e o ingrato do Astolfo, meu único gato, que também me abandonou!
Esses animais que a gente adota com todo o carinho e depois nos abandonam são uns igratos!