Sunday, June 16, 2013

Eu nunca acreditei no amor verdadeiro


Por Eve 

Eu nunca acreditei.

Eu sempre achei que seria uma mulher sozinha, sem “alma gêmea”.
No auge (oi?) dos meu 21 anos, já tendo me apaixonado várias vezes e amado uma (eu achava que era amor, mas ele não sobreviveu), pensava que meu destino era só meu.
Os homens que eu encontrava na época não resistiam muito tempo ao meu lado, ou porque tinham medo da minha inteligência e não sabiam reagir a ela (machistas e fracos!) ou porque se apaixonavam no primeiro beijo e eu achava isso muito coisa de adolescente.
Homens têm um jeito estranho de reagir a mulheres inteligentes e independentes. Inteligente eu sempre fui e, aos 21, já era independente. Qual “garoto” de 21 que já é?
E um dia, depois de um evento social que tínhamos que participar por causa da empresa, ele, que era meu chefe, se declara para mim... Em poucas semanas faria 22 e já contava com mais um ano de solteirice.
É claro que eu tomei um susto. É claro que eu não sabia como reagir. Naquele momento, eu era o “garoto” que não sabia o que fazer com uma pessoa daquela na minha vida. Eu me esquivei. Eu disse não. Eu fugi o quanto eu pude.
Mas, eu não consegui. Eu não queria sair da empresa, porque gostava do meu trabalho. Eu não queria sair de perto dele, porque já estava apaixonada...
Eu lutei contra esse sentimento dias a fio. A justificativa que eu utilizava era a de que, pelamordedeus, o que um homem, com H, teria visto em uma caricatura de mulher prestes a fazer 22?
Porém, eu me lembrava da conversa que tivemos no dia em que ele se declarou. Até então, nunca tinha passado pela minha cabeça que isso pudesse acontecer. Eu achava que o carinho que eu sentia por ele era só admiração. Depois descobri que também era amor.
Na conversa, ele me fez várias perguntas. Uma delas me segue até hoje: “quais são seus sonhos?” Jamais alguém havia me feito essa pergunta.
Eu olhava para aquele homem na minha frente que me deixava tonta com seus olhos azuis marcantes, seus cabelos grisalhos e sua barba charmosa. Eu me sentia tão pequena ao lado dele. Não só por causa do seu 1,85m de altura, mas por toda vida que ele havia vivido, todas as experiências acumuladas e porque ele me queria. Incomoda ser querida de um jeito que você não está acostumada a ser.
Desde o início, o interesse dele era na minha vida, nos meus sonhos, na pessoa que eu gostaria de me tornar.
Um dia, claro, eu não resisti e o beijei. E ele me disse “te amo”. Eu não acreditava no amor verdadeiro, eu não respondi “também”, mas fui ficando ao lado dele.
E porque era tão incrível, nunca pensávamos que sobreviveríamos a nós. Toda vez que estávamos prestes a nos despedir um do outro, ele dizia que queria continuar acompanhando a minha vida, que eu não sumisse completamente, que não o deixasse sem notícias. E quantas vezes ensaiamos uma despedida... E quantas vezes ele me perguntou o que fazer com esse amor. Varrer para debaixo do tapete? Esconder no congelador?
Até que, mais uma vez, eu me rendi e decidimos viver esse amor. Desde então, ele tem sido meu amor e minha vida.
Aquele homem que, timidamente, havia se declarado, sem grandes esperanças de ser correspondido. Aquela mulher que acreditava já ser adulta o suficiente para não crer no amor verdadeiro. Aquele casal atípico que enfrentou olhares críticos com humor. Aquela vida em comum que começava a se formar. Aqueles olhos azuis encontrando olhos castanhos. Aquelas noites insones em que ela acordava no meio da noite e se surpreendia com o olhar dele. Aquelas lágrimas derramadas depois de momentos mágicos por achar que era o último encontro, a última vez. Aquela felicidade que transborda no peito e você pensa “é muita coisa para sentir, não cabe num coração pequeno e é preciso dividir”. Aquela vida sonhada em conjunto. Os sonhos dela compartilhados com os sonhos dele. Os dias, os meses, os anos inventados juntos. A mão, o beijo, o abraço...

Eu nunca acreditei no amor verdadeiro. E, por não acreditar, ele se mostrou para mim no seu melhor exemplar.
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Em outubro desse ano, faremos 10 anos que estamos juntos, morando, convivendo, compartilhando, amando... :)

10 comments:

  1. Ahhh,que lindo,e a foto fala por si...

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  2. Lindo! O amor assusta muito é preciso ir devagarzinho.
    bjs
    Jussara

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  3. E tudo isso porque você nunca acreditou no amor verdadeiro! Imagina se acreditasse! rs...
    Linda a sua história. As pessoas julgam o que foge dos padrões e muitos casais não conseguem resistir a essa pressão! Que bom que vocês conseguiram e que hoje têm um ao outro!
    Já se passaram 10 anos e que se passem mais 100 de muito amor!!!
    bjinhosssssssss

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    1. Talvez se ela acreditasse no amor verdadeiro tudo tivesse dado errado: imagina só se ela ficasse procurando em qualquer homem o amor de verdade? Não teria encontrado um cara tão especial como encontrou!

      e olha que eu falo por experiência própria: enquanto eu pensei que qualquer um poderia ser meu amor verdadeiro, não encontrei o dito cujo...)

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  4. Que lindo! Que o amor de vocês permaneça!

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  5. Ai que lindo meu texto por aqui recebendo comentários tao fofos. Obrigada!!!

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  6. Que lindo! adorei a foto!

    Kisu!

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  7. Gente, que coisa mais bela!! Lindos!

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