Sunday, January 6, 2013

Eu nunca...



tive um blog coletivo
tive um grupo de amigas virtuais loucas desvairadas tão legais
me senti tão cuidada por um bando de estranhas uma turminha tão fofa quanto as meninas desse blog
e cada uma dessas primeiras experiências seria um ótimo tópico para um primeiro post, mas na verdade, hoje, exatamente hoje, a minha vida entra numa fase nova, completamente diferente de tudo o que eu já vivi nesses 41 muitos anos de vida. E não tá dando prá pensar, falar ou escrever sobre outra coisa.
Hoje "minha filha" volta das férias no Brasil. E essa é a primeira vez que eu vou ao aeroporto buscar uma filha só. Não estou acostumada a usar o substantivo filha no singular. Para mim, ele só existe no plural.
Tenho duas adolescentes, e por uma lista desenfreada de razões, nós decidimos deixar as meninas escolherem se queriam voltar prá casa ( no Oriente Médio) ou se elas iam preferir ficar com os avós papariquentos e mimentos no Brasil, esse semestre.
Eu estava preparada para receber as duas de volta, ou para que elas ficassem por lá.
Mas elas tomaram decisões diferentes por que mesmo a gente cria filho prá ser independente, descolado e tomar as próprias decisões??  e depois de muita conversa, muito choro e muito sofrimento, ficou decidido que elas se separariam, pela primeira vez na vida delas por seis meses.
E eu, pela primeira vez, vou ter só uma filha em casa, no meu dia a dia.
Meu coração está apertado, meu estomago gela quando penso na filha que ficou no Brasil. Aos 16 anos, idade em que a gente sabe tudo, tuuudo, sobre absolutamente tuuuudo no mundo, eu preferia te-la por perto, prá ela me ensinar uma coisinha ou outra.
Eu sei que a decisão dela foi sensata, que academicamente faz sentido ela ficar no Brasil e ir para a escola americana, já que em alguns meses nossa familia vai levantar acampamento e se mudar para os Estados Unidos, mas a separação é dolorida. Complicada.
Hoje mais que nunca, eu queria que esse post fosse um post de celebração, de comemoração pelo nascimento do "Gaiola das Loucas", que é um projeto que eu tô curtindo prá caramba, mas agora, a única coisa que eu consigo sentir, é a dor de cortar o cordão umbilical...
Desculpa ai!

Sherazade Kibon

12 comments:

  1. Imagino o sentimento... e sou solidária, mas não pude deixar de rir da frase: "Não estou acostumada a usar o substantivo filha no singular."
    Sucesso aí na nova empreitada!!!

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  2. Ow Sherazade! Fica assim não! Como você mesma disse, com 16 anos ela sabe tudo, de tudo e você? piff, você que não sabe nada! ;)

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  3. Oi querida, não fique triste, são só seis meses! Imagine o quanto a tua "pequena" vai crescer e amadurecer nesse processo. Tenho certeza que ambas sairão muito mais fortes dessa, e logo logo estão todos juntos novamente!! Muita energia positiva pra vc!!
    Vivi

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  4. Te amo, baby!
    (obs: o face ainda está de birra comigo, não posso postar no concílio vaticano, aff)

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  5. Não tenho filhos e mesmo assim imagino que eu ficaria uma pilha de nervos e preocupações com uma filha morando longe.
    MASSS, como por enquanto sou apenas filha, tenho que dizer que gostaria de ter tido a chance de fazer uma coisa assim. Papai e mamãe me protegeram bastante e, aos 16 anos, não tive a chance de crescer e ver o mundo com outros olhos que não os das ordens deles. Provavelmente eu seria mais madura e forte se tivesse tido a chance. Por isso, total apoio a você nessa hora! Tenho certeza que um dia vc vai olhar pra trás e ter a certeza de a deixou fazer a escolha certa!
    Beijos

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  6. Frio na barriga tô eu!!!Uma vai ficar super hiper mimada...outra nem tanto...toda escolha tem consequências...agora é esperar...eu,claro,preferia as duas aqui!Inté!

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  7. Oi lindona. Acho que mesmo que elas cresçam você terá esse mesmo sentimento em situações em que sabe que corre o risco de ficar um longo tempo sem alguma das suas filhas.
    Minha irmã morou na França com o marido e minha mãe ficou muito ansiosa e solitária nesse tempo. Eu não bastava e precisava ficar conferindo na net se tinha email ou notícias todo o dia Algumas vezes, mais de uma vez por dia.
    Uma vez, minha mãe disse que se nós nos casarmos e irmos pra longe, ela vai querer ir junto. Tadinha... Depois emendou dizendo que nao quer viver longe de nós. Deve ser isso que você disse, ela também não está acostumada a falar de suas filhas no singular!
    Que lindo!
    Beijos

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  8. O mais legal é lembrar que até você, uma mulher sem parafuso nenhum na cabeça, é uma mãe tão cuidadosa e apegada. Sou fã da família inteira e não vejo a hora de saber que estão todos reunidos na sorveteria... Hehe
    Beijao!

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  9. É mesmo bem difícil.
    Minha irmã se mudou para a Suécia com a familia e minha mãe fica conferindo toda hora se eles estão no Skype para poder conversar.
    Seis meses passam bem rápido, viu!

    Bjs.
    Elvira

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  10. Ela vai ficar bem, ta com os avos e serão só 6 meses. Já já estarão todos reunidos fazendo bagunça nos Estados Unidos.

    Fica bem xx

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  11. Nunca senti a dor de cortar o cordão umbilical...
    Quando era pequena sim, mas não lembro.. kkkk...

    Mas, já cortei muito coisa imaterial da minha vida. Dói pra caramba. E, definitivamente, não sei se é pior sentir a dor física ou a dor sentimental....

    Enfim... Sorte nesta fase...

    Beijos

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  12. Não sofre,não,tenho uma de 17 anos já batendo asas, e elas sobrevivem sem a gente pois sabem que,onde quer que estejamos (ou elas), ESTAMOS SEMPRE COM ELAS...

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