Thursday, January 31, 2013

A minha primeira despedida



Na vida a gente é obrigado a aprender várias coisas. Uma delas é se despedir.

E tem despedida de tudo quanto é coisa e de tudo quanto é jeito. Tem despedida de solteiro/a, tem despedida do emprego, tem despedida de quem está indo viajar a passeio ou a trabalho, tem despedida de quem está mudando de bairro ou país, tem despedida entre pessoas, de amigos e até inimigos.

O importante é que, seja lá qual for a despedida, sempre uma parte fica e a outra vai. Sempre fica um vazio, em quem vai e em quem fica. Ás vezes esse vazio é bom, porque deixou pra trás um algo ruim, e ás vezes é ruim, porque deixou pra trás um algo bom.

E eu também tive a minha! E foi triste, porque deixei para trás uma vida. Deixei pra trás uma história que me transformou, em grande parte, no que sou hoje.

Como algumas pessoas já sabem, me formei na Unicamp. Nunca tive a intenção de morar fora de casa, até que passei no vestibular. E eu me despedi da minha casa. Mas essa despedida não foi sofrida (não pra mim, mas não posso dizer o mesmo da minha mãe), porque eu estaria de volta a cada final de semana. E botei a cara no mundo e descobri coisas, lugares, pessoas e sentimentos. Muitos sentimentos.

Foram anos moldando minha responsabilidade, minhas amizades, minhas inimizades, minhas alegrias, meus amores, minhas tristezas, minhas teorias, meus conceitos e até mesmo minha formação acadêmica (puxa, quase me esqueço que estava lá justamente para essa parte...)

Foram 10 anos e poucos amigos, muitos colegas, muitas histórias, muitas partidas de sinuca, muitas cervejas, muitos bandejões, algumas tardes de sol na piscina da faculdade de educação física, algumas festas, muitas madrugadas em claro estudando para provas, muito trabalho no estágio, algumas corridas no bosque, muitos passeios no shopping, alguns namorados, muitas sessões de cinema,  8 mudanças de casa e muita liberdade.

E então, chegou a hora de me despedir. E me mudar de Campinas significou fechar um ciclo. Significou, pra mim, o final da minha fase “ao sol”. A partir dali eu teria responsabilidades que me acompanhariam para o resto da vida, tendendo sempre a crescer. E eu sabia disso.

E meu coração apertou como nunca tinha apertado antes. E eu fui embora de Campinas sabendo que eu carregaria no meu coração cada segundo daqueles que eu passei naquele lugar me transformando em “pessoa adulta”.

E doeu. E eu chorei mais do que em qualquer momento da minha vida.

Mas de toda despedida provém uma chegada. E chegar em um lugar novo, conhecer pessoas novas ou ter um emprego novo dá para as pessoas a oportunidade de começar do zero, ter a página em branco para preencher como quiser, poder planejar, poder traçar metas, poder sonhar.

E dai a pessoa pode fazer tudo isso com mais cuidado, com outro olhar, com mais experiência. E pode ser melhor. E pode ser inusitado. E pode ser proveitoso. E provavelmente será o início de uma nova despedida.

Como diria Milton Nascimento “São só dois lados da mesma viagem, o trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro é também despedida (...) é a vida”

E essa foi minha primeira despedida de verdade! E eu relembrei dela dia desses, quando estava no google maps olhando o mapa de Campinas.


15 comments:

  1. Miss Bellum, você sabe que eu tenho um pezinho ai também... =)
    Tambem passei por muitas e muitas coisas na Unicamp... Ate que eu cansei e fui pra USP! hahaha

    Nao, to brincando... Acho que deixar de ser "estudante" eh o que doi, eh quando a gente para de fingir que so esta dando um tempo da casa dos pais e que finalmente se tornou adulta.

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  2. hahahaha odeio esse povo da USP! icou!!! hahahaha

    Pois é, perceber que cresceu é duro... mas acho que como tudo tende a piorar, é melhor aprender a aproveitar os bons momentos... rsrsrsrs... que são muitos, se não deixarmos os poucos ruins taparem nossas vistas.

    Saudosa hoje...

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    1. Tanto odeio esse "poLvo" da Usp que num aguentei ficar lá mais que um semestre... creeeedoooo!!!
      Revolta contra Srta. Ira!!! Olha que eu vou chamar o porteiro pra voce!!! kkkk (piadinha interna)

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  3. Nem vou contar minhas muitas despedidas e abandonos de "uma vida" pq senão eu é que vou chorar... mas não era disso que eu ia falar, eu ia falar é que na GNT passa um programa que é bem legal, chama Chegadas e Partidas. Já viram?!

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    1. Eu já vi esse programa, Silvinha! Quando eu estou no aeroporto eu fico imaginando a história de cada um... Faz parte da vida esse vai-vem né? Se não fossem essas chegadas e partidas a vida ficaria mesmo é sem graça..rs..
      bjkssss

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  4. Prefiro Maria Rita à Milton Nascimento.

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    1. Que que eu posso dizer sobre seus gostos? Melhor não dizer nada né... hahahaha

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  5. ah querida, o mais constante na vida são as despedidas.
    Já deixei tantas vidas prá traz, que aprendi que o que realmente importa a gente leva no coração.

    bj

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    1. é sim... e se não fossem as despedidas pra fazer a gente guardar essas coisinhas no coração...

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  6. Nossa, quanta gente de Campinas nessa blogosfera rs...

    Meu marido tb é de Campinas.

    Kisu!

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    1. Também me surpreendi com isso, Bah! Mas confesso que gostei! Assim quando eu falo das coisas as pessoas sabem como é... rs
      bjkssssss

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  7. Então, estou me preparando para dar um passo desse tipo.
    Sei que é arriscado, que será um grande desafio viver sozinha, onde não tenho muitos amigos e referências, sem a minha família por perto...
    Mas será também a primeira vez que vou enfrentar este desafio e descobrirei o prazer de ter apenas a mim como comapnhia...
    Em breve chegará a minha vez! E está cada vez mais próximo!
    Que medo!!!

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    1. Nada de medo!!! Caia na estrada e corra... corra... corra... e que os ventos da liberdade te levem para lugares lindos!!!
      É bom ter história pra contar, e cair no mundo ajuda na hora de preencher as páginas em branco.
      E pense que, se tudo der errado, é só voltar!
      bjkssss (torcendo por você)

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  8. Sempre dói. Despedida é algo que detesto. Um nó na garganta tremendo. São situações que eu preferia pular da minha vida!

    E uma coisa que sempre acontece comigo: as pessoas que amo, ou que gosto muito, é que vão embora. Sempre.

    Nem sei se é besteira minha, mas em um futuro próximo, quem quer partir em busca de uma nova vida, sou eu. Eu que irei deixá-los!

    Beijos!



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    1. Na minha opinião é sempre mais fácil pra quem está indo.. ficar realmente não é lá muito legal.. Como na maioria das vezes sou eu quem vai, não tenho muito do que reclamar.
      bjoksssssssss

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