Essa semana achei que o gaiola estava "normal" demais e resolvi chamar um mineirinho bebe-quieto pra agitar a parada por aqui!
O Cristiano, do Nada Demais é aquele cara que conhece as figuras maisestranhas interessantes, passa pelos causos mais estapafúrdios inusitados, e conta tudo na maior calma do mundo, como se todo mundo pagasse os micos tivesse a oportunidade de viver as experiências que ele vive.
Primeiro Busão
O Cristiano, do Nada Demais é aquele cara que conhece as figuras mais
Primeiro Busão
Eu estudei até os 10 anos em uma escola publica no bairro. Ia a pé e voltava a pé todo mundo junto. Mas com 11 anos meus pais tomaram uma decisão importante. Eu iria estudar em uma escola particular de confiança deles longe de casa.
No primeiro ano eu ia de especial que era muito ruim almoçava muito cedo (nunca via o final da TV Colosso) e voltava tarde (nunca via o começo de VAMP). Não sei se isso foi um peso da balança, mas meus pais tomaram uma decisão importante. Eu iria de ônibus a partir do segundo ano.
Parece bobo, mas com 12 anos eu nunca tinha saído do meu bairro sozinho de ônibus. Era sempre acompanhado. Antes do primeiro dia de aula meu pai, que tinha vasta experiência no assunto sentou comigo para me explicar como era:
- Olha não tem segredo você vai dar sinal entra no fundo e fica lá na frente quando você ver o cemitério você dá o sinal. E PELO AMOR DE DEUS NÃO FIQUE DE FRENTE PARA O CORREDOR NÃO TEM COISA MAIS IRRITANTE QUE GENTE DE FRENTE NO CORREDOR.
Eu realmente achei que isso era uma falta grave, porque meu pai literalmente se alterou falando de gente que fica de frente para o corredor. Nunca fiquei.
Engraçado que só de sair de casa naquela manhã sozinho para ir para escola me senti mais adulto. Ver o pessoal de outras escolas indo para suas escolas fez eu me sentir parte deles, mas claro que eu estava morrendo de medo. Inseguro é um defeito meu. Sou tão inseguro que acho que o medico falou comigo depois deu nascer:
- Pode chorar, menino.
Minha cara de medo era tão grande que ao subir no ônibus o trocador perguntou se estava tudo bem. Falei que sim e pedi em voz baixa e gaguejando que eu queria descer perto do cemitério. Ele disse:
- Senta ai e quando tiver chegando eu te falo.
O ponto chegou e eu fui para escola, menos tenso e relaxado. Estranho como uma simples viagem de onibus foi o primeiro dia que eu senti responsável por mim.
:)
Ps. Este foi meu primeiro post encomendado
Ps. do Ps. E eu tô extremamente inseguro por causa disso. Hahaha
Cristiano,que bela lembrança,teu post me fez lembrar do meu primeiro dia de ônibus(não pra escola,pois eu morava a duas quadras dela)mas pra visitar minha vó no interior do RGS.Naquele tempo, os pais "confiavam" os menores de idade ao motorista,e eu,aos 9,já me achava muito esperta.Tão esperta que,na parada pro lanche no meio do caminho,entrei no õnibus errado e fui parar em outra cidade.O motorista do meu ônibus nem sentiu a minha falta,minha avó é que descobriu o engano ligando pra todas as rodoviárias do estado atrás da "fujona"(sim,pra piorar,ainda acharam que eu tinha tentado fugir de casa)...
ReplyDeleteAh,vc escreve muito bem,fica inseguro não!
:))
Essa história de post encomendado dói na alma, mesmo!!! Eu demorei séculos pra conseguir escrever... demorei tanto que fiquei láaaaaa no fim da fila!!! huahuahuhau
ReplyDeleteCristiano, o primeiro busão de minha filha (com 15 ou 16 anos) foi histórico... ela dormiu e passou do ponto. O segundo também, ela pegou o busão errado. E o terceiro idem: entrou no ônibus sem ter dinheiro pra passagem. Depois dessas três experiências lindas numa cidade do interior da Bahia, a criatura foi morar em Recife SOZINHA. Aí as histórias de busão se multiplicaram, incluindo até um stalker, com perseguição e tudo. Mas hoje ela bate os 4 cantos da cidade sem errar mais nada. Ou pelo menos não me conta, se erra. ;)
O meu tá depois do seu, pra vc ter uma ideia auhauahau... como as consultas que marcamos pelos SUS...
DeleteKisu!
Hahahah tem gente "pior" do que eu!!!
Delete#TodoMundoQuerSerLoucaNaGaiola
hahahaha não fique inseguro!!! O texto foi muito bom..rs.. e a sua primeira viagem de ônibus também..rsrsrsrs Deu tudo certo, você nem se perdeu nem nada...rs... Obrigada por participar do nosso humilde bloguinho.
ReplyDeleteFicar de frente no corredor é realmente desagradável. Mas pior do que isso é ficar lá no fundo fazendo algazarra...!!! Mas, que atire a primeira pedra quem nunca ficou né? rsrsrs
bjksssssss
Cris, como sempre, você mandou muito bem!! valeu por ter vindo brincar com a gente...
ReplyDeleteAinda bem que sua lembrança não foi com os busões em SP. Se vc tivesse enfrentado o mundo num dia em SP, vc dominaria o mundo!
ReplyDeleteKisu!
Eu não me lembro da minha primeira viagem de ônibus sozinha mas me lembro quando minha mãe deixou que eu fosse à padaria sozinha quando eu tinha mais ou menos 07 anos.
ReplyDeleteA padaria ficava no final da rua, próxima quadra. Fui comprar pão e leite. Me lembro exatamente como me senti: estava super feliz por poder ir sozinha mas também senti um pouco de medo.
Bjs.
Elvira
Rs.
ReplyDeleteAh, que lindinho! E você não ficou de frente para o corredor???
kkkkk...
Acredita que não tenho muitas lembranças? Consigo lembrar dos meus dez anos em diante. Anterior a isso, é tudo um breu... Que triste! Será que não tive infÂncia???
Ahhhh, tá nervoso? Te acho hiper engraçado! Não precisa ficar não!!! Beijos
PS - A Bah ta encafifada com esse negócio do SUS! Mulher, você entendeu errado. Esse blog é como aquela bolsa da LV, edição limitada, que as ricas e famosas tem que esperar séculos para ter. Entendeu? Não é SUS, é LV!
ReplyDeleteQuando eu tinha 13 anos meus pais se mudaram para um bairro muito distante da minha escola, e como estava no meio do ano não pude sair. Daí foi a minha vez de andar de ônibus sozinha, mas me lembro que nessa época eu me sentia meio que poderosa, sempre gostei da independência e desde criança buscava isso. Acho que minha primeira viagem foi tranquila.
ReplyDeleteBeijocas
Oi Cris. Quando fiz 11 anos, me mudei para uma escola em bairro distante e na primeira vez que voltei sozinha, peguei um ônibus errado que ia pra outra direção. Entrei em pânico e fiquei na rua sem saber como voltar. Até que uma coleguinha da escola me perguntou o que eu fazia ali sozinha e tarde já. Contei que estava perdida e ela me ensinou a voltar!
ReplyDeleteVou a maior aventura da minha vida naquela época!
Meu maior medo também!
Beijos
:)
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