Voces se lembram quando foi que passaram uma grande vergonha na vida?
Eu me lembro... Foi um divisor de águas, foi um momento único e angustiante na minha vida de pre adolescente herói com super poderes. Depois desse dia eu voltei a me sentir muito, mas muito envergonhada, mas acho que aquele gelo no estomago, aquela dor, ela eh genuína da primeira vez.
Por ser um tanto quanto burrinha avoada eu já tinha dado ao universo varias oportunidades para me trollar. Por exemplo, embora todo mundo tenha se matado de rir, eu não morri de vergonha quando dei com a cara numa porta de vidro, eu ri junto! Eu não me rasguei de vergonha quando todo mundo da minha escola ficou tirando sarro das minhas luvas com pon-pons - que eu insisti em usar num dia de calor - eu as achava taaaao lindas, azar deles se não gostaram. Tambem não me senti tao mal assim quando a minha mãe me vestiu de dálmata para o carnaval da minha escolinha (seriously, dálmata, mãe?).
Nao... Minha primeira vez (ui!) foi inesquecível.
Eu estava naquela transição em que a gente brinca de bonecas pôneis depois de escola e fica aos suspiros pelo David Bowie travestido de rei Jareth. Quem nunca?
ai meodeoooos! Coisa linda!!! |
Mas
opa, falar pras pessoas que você era apaixonada pelo David Bowie, ou
Axel Rose era normal. Minto, toda vez que eu dizia que eu ia me casar
com o Jareth as pessoas me olhavam com certa pena. O fato eh que ter paixonite por celebridade era normal, todo mundo tinha. O que não podia era ter paixonite pelo coleguinha da turma da escola, muito menos deixar que todo mundo soubesse.
Pra uma pessoa apaixonada pelo Jareth, minha paixonite juvenil não poderia ser normal. Isso foi antes do meu namoro com o Dr. Manhattan e ele, vocês devem saber, eh azul! Minha primeira paixonite foi por um homem mais velho, suíço. Quando eu digo velho, refiro-me a uns 19 ou 20 anos... O que pra mim era uma coisa velhíssima! Mas era isso... Ele foi passar um tempo no sitio de gente louca, em que eu morei com um bando de neo-hippies. Ele tinha ido em busca de um caminho espiritual e eu so conseguia ficar la olhando, igual uma retardada para os olhos verdes dele.
Ele deve ter notado que eu salivava quando ele estava por perto, suava frio, tinha falta de ar... Porque do nada ele começou a ser muito legal comigo. Eu não sabia falar inglês e ele não entendia uma palavra em Português I saw you saying that you say that you saw. Mas ele sempre sorria, falava bom dia, perguntava o que eu estava desenhando - jezuyz! Eu la apaixonada pelo cara e mostrando desenhos de poneis coloridos que eu fazia com lapis aquarela! haha
Eu ate cheguei a pensar que daquele mato sairiam cachorros beijos de língua. E comecei a tentar agir como adulta. Falar mais serio, fazer caras e bocas.
Dai que num belo dia estávamos num canto da sala de casa... Eu, ele e outras adolescentes da minha idade. Ele não entendia português, lembram? Então ele era mero observador. Eu e as meninas nos divertíamos contanto piadas umas pras outras.
Eu me lembrei de uma piada engracadissima que tinha ouvido na escola. So que para contar a tal da maldita piada eu tinha que fazer um teatrinho. Explico: a piada era algo relacionada a uma menina que requebrava e dai enquanto a pessoa vai contando a piada vai imitando trejeitos de uma especie de dança...
pausa...
Nossa... Eu estou com falta de ar so de lembrar como foi isso...
Perai... Deixa eu voltar a ventilar e dai eu termino a historia.
fim da pausa...
Eu fiquei la, requebrando, igual uma idiota, enquanto contava a piada... E, juro, era uma piada muito engraçada. Dai quando eu terminei de contar estavam todos rindo... Rindo muito... Inclusive ele.
Dai eu pensei... Ai meu Deus! Ele não sabe Português! Ele não sabe que eh uma piada... ele me viu rebolar e requebrar e não sabe porque eu fiz isso... E ele ta rindo porque ele me achou uma ridícula!
CATAPLOFT! Tive um desmaio moral.
Eu só não desmaiei de verdade porque achei que seria muito mais mico.
Depois disso eu comecei a evita-lo, de vergonha... Ele vinha todo legal, todo simpático e eu tratava ele mal. Sim, eu comecei a tratá-lo friamente. E ele, claro, parou de ser tao legal comigo.
E foi assim, criancas, que eu tive a minha primeira grande vergonha. E tambem foi o começo de uma longa historia de auto sabotagem relacionada com homens gatos interessados* em mim.
*Claro que esse cara em especial nunca esteve interessado por mim. Ele só era muito gentil e gostava dos meus desenhos. Mas como a historia eh contada por mim, eu achava que ele era meu grande primeiro amor!
*Claro que esse cara em especial nunca esteve interessado por mim. Ele só era muito gentil e gostava dos meus desenhos. Mas como a historia eh contada por mim, eu achava que ele era meu grande primeiro amor!
Vivemos e aprendemos sempre. Por vezes sentindo um pouco de vergonha, meio que sem graça, mas tudo isso faz parte do processo.
ReplyDeleteCadinho RoCo
pois eh... ne?
DeleteDo processo de pasteurização!
DeleteRá! Acho que ele estava interessado em você sim.
ReplyDeletePior que eu acho que não...
DeleteAi ai... luvas com pon-pons no calor foi ótimo ein!!!! hahahaha
ReplyDeleteEu, como uma pessoa envergonhadissima, não sei nem como você conseguiu começar a se requebrar com o cara alí, do seu lado. Hahahahaha
E pra ajudar, como eu sou de "cor transparente", minha cara fica parecendo um tomate quando eu fico com vergonha... e é instantâneo. Num dá nem pra disfarçar...
Agora você me fez para pra pensar qual foi a minha primeira vergonha... (será que dá um post? rsrsrsrs )
Deixa as luvas coloridas com pon-pons em paz! Ela não segue a moda, a moda que a siga!
DeleteA Lu era uma visionária! Usava luvinhas coloridinhas e com pom-pons anos antes de ana maria braga!
DeleteSó faltava ter os dedinhos de fora!
Aiiii,que história deliciosa,queria ter visto vc rebolando e o carinha olhando,embasbacado,mas curtindo muito,com certeza...fiquei até com vontade de catar lá no baú de memórias um miquinho simpático como esse, mas tenho vergonha(própria e alheia),então não...pelamorrr,não...
ReplyDeleteAh, eu tb era apaixonada pelo David Bowie,pelo Axl, pelo David Lee Roth e pelo Peter Frampton(esses,sim,do baú)..ahahaha...
Peter Frampton era gatissismo quando tinha cabelo.
DeleteLuana, isso é que foi um "MICO" rebolado e bem bolado, rs...rs!
ReplyDeleteManoel
micro rebolado, indeed.
Deletekkkkkkkkkkk... Eu também fazia caras e bocas, mudava a voz e ficava andando na ponta dos pés pra parecer mais alta. E eu só não ficava com vergonha pq eu jurava que esse meu disfarce era tão bom que ninguém me reconhecia...
ReplyDeleteAndar nas pontas dos pés a Ira não precisava, ela sempre foi altona.
DeleteAcho q ele riu dos outros que estavam rindo... :)
ReplyDeletenao, ele riu da palhaça que rebolava sem motivo,
DeleteTem alguns micos da vida que a minha memória simplesmente apagou para que eu conseguisse viver em frente: sorte nossa, que vc não fez o mesmo com o seu mico! Adorei!
ReplyDeleteA memoria da Ira eh maravilhosa para lembrar coisas de mico.
DeleteEu sou muito envergonhada. Não teria coragem nem de contar piada na frente dele.
ReplyDeleteNão me lembro qual foi a minha primeira vergonha. Ou será que sim? Melhor nem lembrar.
Bjs.
Elvira
Ira eh um super herói tímido... Mas as vezes da pane e ela entra em outra dimensão, onde ela não eh mais tímida, dai sai essas coisas ai.
Delete"segura o tchan, amarra o tchan"... Nao, felizmente nao foi essa musica...
ReplyDeleteLu, eu sou como alguém aí que disse que apaga da memória os grandes micos para poder continuar vivendo. Não consigo lembrar do mais recente, quem dirá de um da infância!
ReplyDeleteQue bom! Porque quando lembro de algum, eu fico com vontade de evaporar, de me açoitar de raiva, de desaparecer! ahhhhhhhhhhhhh
Ele tava interessado, só não sabia ainda rs
ReplyDeleteKisu!