O primeiro resgate

Eu adoro animais e em especial cachorros! Grandes, pequenos, coloridos, sem cor, de raça, vira latas, todos!

E nesse mundo tem gente muito boa, que resgata e ajuda animais (como nossa amiga Sherazade que começou um programa de castração desses bichinhos lá Nazarábia, porque quanto mais eles se reproduzem loucamente, mais deles ficam nas ruas e acabam sofrendo maus tratos).

Mas por outro lado tem gente muito FDP que maltrata os bichinhos. E pra essas pessoas eu não desejo a morte, porque morrer é fácil! Eu desejo todo o mal que um ser humano possa suportar. Desejo o sofrimento eterno, com o fogo do inferno ardendo na sua pele, com a dor da angústia no peito e sem a possibilidade do arrependimento para a salvação de tal desgraça. E isso ainda é pouco.

Se tem como desejar mal para alguém sem ter arrependimento é esse o meu sentimento para com quem maltrata um animal, seja lá o animal que for.

Mas enfim, quero contar como foi o primeiro resgate do qual eu participei (mesmo que de longe).

Vou resumir bem a história porque se eu começar a explicar muito eu vou começar a estender os meus xingamentos e esse post não vai acabar nunca.

O que aconteceu foi que apareceu um cachorrinho perdido na rua e uma garota pegou e levou pra casa. A mãe não gostava de cachorro. O pai gostava. Então o cachorro ficou la. Dai o pai resolveu separar da mãe e foi embora. Dai o cachorro e a garota ficaram com a mãe que não gostava de cachorro. Dai que essa porra dessa mulher não deixava o pobrezinho dormir dentro de casa e ele ficava chorando do lado de fora, no quintal do fundo a noite toda. Alo-ouu!!! Em SP faz frio! E chove!!!

Sei que essa vaca dessa mulher foi viajar com o namorado (coitado) novo e deixou a garota em casa com o cachorro. Como ela tinha medo de dormir sozinha ela ia pra casa da prima e largava o coitado lá, sozinho.

Um dia a vizinha dela viu que o cachorrinho não estava conseguindo andar e chamou o veterinário. O dr. disse que precisava fazer uma radiografia pra ver o que estava acontecendo com ele, mas é óbvio que a garota não tinha dinheiro pra pagar.

Dai foi que eu entrei na história, meio que passivamente, mas eu estava lá. Minha mãe ouvia o choro desse cachorrinho a noite, e uma vez ela quis colocar uma escada no muro do fundo e pular dentro da casa da mulher e roubar o cachorro. Eu apoiei. Só que o Sr. Prefeito achou por bem convencê-la a deixar pra resolver isso pessoalmente com a garota, porque caso pegassem ela pulando o muro poderiam chamar a polícia e a tão distinta senhora minha mãe poderia ir parar na cadeia. Então todas nós achamos melhor aguardar o alvorecer...

Bom, voltando... o cachorrinho teve que fazer exames e depois tomar remédios... e logicamente a garota não tinha condições de cuidar dele, porque a tosca da mãe não tava ligando e claramente era a tosca da mãe que mantinha a casa.

Foi então que a garota teve um lampejo de lucidez e deixou que o cachorrinho ficasse com a minha mãe (depois de muito minha mãe insistir), assim a nós (eu pagando e ela agindo) poderíamos cuidar dele.

O nome dele era Fredi! Fizemos tudo o que foi possível. Exames, remédios, acupuntura para diminuir a dor... mas infelizmente o Fredinho tinha câncer nos ossos e já estava em estágio muito avançado. Ele se foi 15 dias depois de ter entrado pra minha família. Ele foi o primeiro cachorrinho que eu ajudei a resgatar e a cuidar... e mesmo sem ter visto ele pessoalmente, o meu coração doeu desesperadamente quando ele se foi.

E aquela garota, gorda, esquisita e feia, ficou lá... aquela songa monga que demorou tanto pra deixar o Fredinho lá em casa, tendo os cuidados que ele precisava e merecia ter.

E aquela vaca daquela mulher que deixou o pobre cachorro ficar sofrendo no frio e na chuva no quintal do fundo, que viva sozinha! Que sinta a dor que fez o cachorro sentir multiplicada por 1.000!!! Sua FDP!!!