Sempre tivemos bichos aqui em casa. Sempre. Tivemos cachorro, papagaio, jabuti, porco, patos, galinhas, gata clandestina (esse eu conto noutra ocasião), gata imaginária (tbm dá um post!), abelha (mais um)... Mas meu primeiro bichinho de estimação foi...
Isso mesmo! Uma galinha. E a história é meio trágica, já aviso logo.
A minha maior diversão quando eu era criancinha era sair com meu pai. Ele tinha uma Brasília azul que fez o maior sucesso no tempo dos Mamonas Assassinas, e se eu percebesse que ele se movimentava como quem estava pensando em sair, eu logo pedia pra ir com ele. Às vezes ele deixava, às vezes não... era tipo uma loteria. Eu não sei tudo que ele ia fazer na rua, mas quando saía com ele eu sentia que ele era o homem mais conhecido da cidade, pois cumprimentava todo mundo.
Mas isso não vem ao caso. O caso é que ele sempre saía para ir ao sacolão ou à feira, e lembro de uma das vezes que ele deixou eu ir. Na volta, ele trazia uma galinha viva no carro. Não um pintinho. Uma galinha adulta. E ele me disse que a galinha era pra mim, que era pra ela dormir debaixo da minha cama.
Era uma ideia genial! A galinha ia espantar todos os monstros que ficavam querendo puxar a minha canela a noite, quando eu ia no quarto escuro buscar alguma coisa. Eu já tinha até planejado colocá-la numa caixa de papelão, pra ficar mais quentinho.
Só que, quando chegamos em casa, comecei a perceber uma movimentação estranha para os lados da franguinha. Minha mãe foi lá pra fora com ela, trancou a porta e não me deixou sair. Lembro de ficar olhando pelo vidro canelado da cozinha, tentando entender o que se passava lá fora.
Eu só lembro até essa parte. É claro que a galinha não era pra mim. Meu pai tava só fazendo piada quando disse que ela era minha, na verdade ela era o jantar. E ele fez o favor de não dizer à minha mãe que tinha feito essa piada... Minha mãe conta que eu aprontei um escândalo porque ela tinha matado minha galinha...
Pra me compensar desse sofrimento, ela comprou dias depois uma porção de pintinhos amarelinhos, que passaram a morar no nosso quintal e que ~ viviam morrendo ~ afogados na vasilha d'água, mas eu não me importava, era divertido brincar com eles mortos também (na verdade eu nem sabia que eles estavam mortos)...
No fim das contas, acabou que a minha primeira galinha ficou comigo pra sempre, como parte de mim.
Eu a comi no jantar... O problema é que no fim das contas ninguém espantou os monstros de debaixo da minha cama e eles estão lá até hoje...
Ai que pecado, gente!
ReplyDeleteEssas brincadeiras não se faz. hahahah
Eu acho que não teria comido a pobre da galinha.
AUhauahua tadinha da galinha, pô... eu sempre quis ter um pintinho daqueles de brinde da feira de cães & cia que tinha em SP quando eu era pequena... mas minha mãe dizia que não tínhamos onde deixar... então levávamos o peixe pra casa. Me lembro de ter sido a única vez, talvez pq os peixinhos não tivessem durado tanto tempo rs
ReplyDeleteKisu!
Tadinha da galinha!
ReplyDeleteEu já criei galinhas quando o terreno onde moro atualmente não tinha nada construído! Era a forma que encontramos de manter o local habitado e nos manter indo lá diariamente para tomar conta. Eram galinhas de raça. Tínhamos Rhódia (aquelas vermelhonas) e Carijó (a raça da galinha pintadinha, preta e branca). Precisamos nos desfazer delas quando começamos a construir a casa. Mas durante muito tempo comí os ovos delas. Cheguei a ter cerca de 40 galinhas!!!
Mas nunca comí uma das minhas galinhas! Não dá pra comer um animal de estimação...
Ai meu Deus!!!!!!!!
ReplyDeleteCoitada da galinha. Se eu tivesse que matar um frango ou um boi ou um porco pra comer... eu virava vegetariana.
E preciso dizer que a parte de brincar com os pintinhos mortos foi muito, mas muito terrível.. daria um filme do Tim Burton... afff
Vamos já caçar a licença de paternidade do senhor seu pai!!!!
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