CACHAÇAR - Do verbo "tomar todas". Ato ou ação de elevar a concentração de álcool no sangue a ponto de reduzir a zero a consciência de um ser humano.
Eu perguntaria "quem nunca?", mas realmente tem gente que nunca! Mas não eu. Eu já!
"Cara de quem tá aprontando" |
Enfim, eram questionamentos básicos que eu me fazia enquanto escutava as histórias (geralmente contadas por outros, que não o bêbado em questão, porque ele mesmo sempre jurava não saber de nada daquilo).
E tem até a célebre frase "Khoo de bêbado não tem dono"... Eu sempre achei engraçado mas nunca tinha pensado que alguém pudesse roubar um Khoo por ai assim (inocência a parte).
Minha mãe tem a mesma cara! |
Mais um pouquinho de tempo se passou e de repente eu estava morando sozinha, lá em Campinas (Unicamp! Salve!). E quando você mora sozinho ninguém te proíbe de fazer nada de errado! Pelo contrário, a galera até incentiva e vai junto.
Era mais ou menos assim... |
favor! (os bêbados ai sabem porque) ou Skol geladíssima! Depois disso veio a magia do videokê com a amida da filosofia (esse povo da filosofia era sempre tranquilo, quebrado e lesado - machonhado, e eu adorava transitar no meio deles, mas sem ser maconhada, porque né, eu precisava dos meus neurônios pra passar nas matérias da engenharia). E sabe que depois de algumas geladas aquele som que a princípio era um desastre, começa a se tornar um show ao vivo! E a vergonha de ir lá cantar na frente de todo mundo .... que vergonha??? E ali as pessoas se transformavam.
Os pedreiros da obra vizinha ao bar se tornavam grandes amigos e pagavam cerveja pra gente. Tinha gente muito estranha que no final da noite parecia tão normal, assim como eu (e a amiga da filosofia que me levava nesses lugares... é, faz parte do aprendizado da vida: lugares onde você não deve ir em sã consciência).
E foi embalada nessa atmosfera livre, leve e solta que em uma certa noite de quinta feira, lá no ano de 2000 (e eu sei que foi quinta porque na sexta eu tinha que ir para casa em São Paulo) eu sai com a amiga da Filosofia e mais um amigo da Civil para jogar uma sinuquinha inocente no começo da noite, afinal, já estava chegando o final de semana e precisávamos tirar o stress dos nossos corpos (que à eles não pertencia).
Só para deixar a situação mais clara vou descrever o amigo da Civil. Era um japinha, mais baixo do que eu, mais novo do que eu, mais lesado do que a amiga da filosofia, que se comunicava através de grunhidos e me chamava pelo nome errado. Eu era uma pessoa muito seletiva quando se tratava de escolher amigos.
Fomos para o bar. Dessa vez pertinho de casa, sem pedreiros e sem videokê. Só a mesa de sinuca e as cervejas geladas.
Começamos a jogar, tomamos uma, jogamos mais um pouco, tomamos outra, pedimos batatinha frita e um X-bacon, tomamos mais uma e mais outra e mais outra, jogamos mais um pouco, tomamos mais uma e de repente eu estava acordando no banheiro da minha casa, deitadinha no chão.
Não entendi porque eu estava ali, nem como tinha chegado, mas achei melhor ir até a sala para deitar no sofá (porque no quarto tinham mais duas meninas dormindo e eu não queria acordá-las. Morar em república é um saco as vezes). Tentei levantar mas foi muito difícil, então conclui que seria mais viável me deslocar engatinhando, afinal o sofá não ficava tão longe assim.
Deitei com a barriga pra cima e olhei pro teto. E ELE GIROU!!! E girou, e girou, e girou! Resolvei fechar os olhos pra ver se ajudava, dai a casa toda girava. Achei mais seguro ficar com os olhos abertos e sentar ao invés de ficar deitada. E eu fui para os braços do Deus Hipnos... Zzzzz...
Na manhã seguinte acordei e já não tinha ninguém na casa. O sol já estava alto e, evidentemente, eu tinha perdido a aula. Parecia que eu tinha levado uma porrada no estômago, estava enjoada, com a cabeça pesada e o coração batendo forte. Quando olhei pro lado, a capa do sofá estava toda vomitada.
Levantei e fui para a lavanderia pegar um pano pra começar a limpeza. No caminho eu achei uma caixa de hamburgueres em cima da mesa. De onde será que veio aquilo? Fiquei encarando a caixa com medo da resposta. E nada de lembrar... Resolvi colocar na geladeira e continuar com a limpeza.
Uma das piores coisas do mundo é ter que limpar vômito com o estômago enjoado, mas enfim, eu precisava limpar... lavei a capa, limpei o chão e a parede, fui procurar mais algum estrago que eu poderia ter feito e fui tomar banho. Arrumei minhas coisas e zarpei para o final de semana em São Paulo.
Segundona de manhã cheguei na aula e encontrei o amigo japa.
Amigo Japa: Tudo bem com você??? (risadinha)
Eu com cara de "o que foi que eu fiz": Tudo... porque???
Amigo Japa: É que você tava MAAALLL quinta...
Eu: .... é... eu passei mal...
Amigo Japa: Comeu o hamburguer?
Eu: Como você sabe do hamburguer?
Amigo Japa: Fui eu quem te deu... Num lembra que a gente foi lá em casa depois que saímos do bar?
Eu, com cara de rolha: ... não...
O amigo japa resolveu parar de conversar e ficou só rindo da minha cara. E foi naquele momento que eu descobri como era cachaçar de verdade! Foi ali que eu percebi que tudo aquilo que eu escutava e não acreditava, realmente acontecia! Foi ali que eu lembrei do khoo do bêbado... e que o meu, graças à Deus, ainda estava inteiro (mas podia não estar, então era melhor tomar mais cuidado)!
Dias depois fui na casa do Amigo Japa com a amiga da filosofia, porque eu ainda não sabia onde era, para irmos jantar um X-bacon (eu adorava esse sanduíche), foi então que eu enxerguei um muro amarelo e comecei a ter uns flashs... Muro amarelo... portão cinza... o amigo japa com uma caixa de hamburgueres na mão........... E só!
E foram só essas as lembranças daquela fatídica noite. Até hoje eu não sei como foi que eu cheguei em casa. Até hoje eu não lembro de ter saído do bar e ter ido até a casa dele. Até hoje eu não sei como eu consegui vomitar dormindo.... mas tudo isso aconteceu... e eu estava lá (mesmo que apenas de corpo presente).
Depois dessa, houve outras noites, outros porres, outros apagões de memória, muitas e muitas promessas de "Eu nunca mais bebo" que nunca foram cumpridas, muitas histórias, muitas risadas, muitos jogos de sinuca, muitas Brahmas e muitas Skols... e felizmente sai com meu khoo ileso!
Tomara que o dono dessa foto não ache ela aqui...! |
E foi embalada nessa atmosfera livre, leve e solta que em uma certa noite de quinta feira, lá no ano de 2000 (e eu sei que foi quinta porque na sexta eu tinha que ir para casa em São Paulo) eu sai com a amiga da Filosofia e mais um amigo da Civil para jogar uma sinuquinha inocente no começo da noite, afinal, já estava chegando o final de semana e precisávamos tirar o stress dos nossos corpos (que à eles não pertencia).
Só para deixar a situação mais clara vou descrever o amigo da Civil. Era um japinha, mais baixo do que eu, mais novo do que eu, mais lesado do que a amiga da filosofia, que se comunicava através de grunhidos e me chamava pelo nome errado. Eu era uma pessoa muito seletiva quando se tratava de escolher amigos.
Fomos para o bar. Dessa vez pertinho de casa, sem pedreiros e sem videokê. Só a mesa de sinuca e as cervejas geladas.
Não entendi porque eu estava ali, nem como tinha chegado, mas achei melhor ir até a sala para deitar no sofá (porque no quarto tinham mais duas meninas dormindo e eu não queria acordá-las. Morar em república é um saco as vezes). Tentei levantar mas foi muito difícil, então conclui que seria mais viável me deslocar engatinhando, afinal o sofá não ficava tão longe assim.
Deitei com a barriga pra cima e olhei pro teto. E ELE GIROU!!! E girou, e girou, e girou! Resolvei fechar os olhos pra ver se ajudava, dai a casa toda girava. Achei mais seguro ficar com os olhos abertos e sentar ao invés de ficar deitada. E eu fui para os braços do Deus Hipnos... Zzzzz...
Foi EXATAMENTE assim! |
Na manhã seguinte acordei e já não tinha ninguém na casa. O sol já estava alto e, evidentemente, eu tinha perdido a aula. Parecia que eu tinha levado uma porrada no estômago, estava enjoada, com a cabeça pesada e o coração batendo forte. Quando olhei pro lado, a capa do sofá estava toda vomitada.
Ah, se fosse só isso... |
Sentei, olhei pro chão e pensei: NUNCA MAIS EU BEBO!!!
Pena que não... |
De onde veio aquela caixa??? |
No momento eu preferia uma boa morte... |
Amigo Japa: Tudo bem com você??? (risadinha)
Eu com cara de "o que foi que eu fiz": Tudo... porque???
Amigo Japa: É que você tava MAAALLL quinta...
Eu: .... é... eu passei mal...
Amigo Japa: Comeu o hamburguer?
Eu: Como você sabe do hamburguer?
Amigo Japa: Fui eu quem te deu... Num lembra que a gente foi lá em casa depois que saímos do bar?
Eu, com cara de rolha: ... não...
Tomara que não tenha acontecido nada desse tipo... |
E foram só essas as lembranças daquela fatídica noite. Até hoje eu não sei como foi que eu cheguei em casa. Até hoje eu não lembro de ter saído do bar e ter ido até a casa dele. Até hoje eu não sei como eu consegui vomitar dormindo.... mas tudo isso aconteceu... e eu estava lá (mesmo que apenas de corpo presente).
Depois dessa, houve outras noites, outros porres, outros apagões de memória, muitas e muitas promessas de "Eu nunca mais bebo" que nunca foram cumpridas, muitas histórias, muitas risadas, muitos jogos de sinuca, muitas Brahmas e muitas Skols... e felizmente sai com meu khoo ileso!
Mas cuidado! Você ai pode não ter essa mesma sorte!!!
Aqui no rj não se fala cachaçada, mas porre, bebedeira mesmo.
ReplyDeleteEu não me lembro da minha primeira bebedera. Mas sei que até uns 25 anos, eu nunca tinha bebido. E mesmo assim, só gosto de cerveja e alguns drinks leves.
E toda vez que tomo um porre e fico de ressaca no dia seguinte, prometo a mim mesma que nunca mais bebo. Que disse que eu cumpro???
Beijos
Tem muitos nomes... inclusive "arrependimento" hahahahahahah
DeleteTem gente que tem desses! heheheh
bjokssss
É bom lembrar (ou quase) dessas histórias... hahahaha
ReplyDeleteO pior era o dia seguinte.........